ONU lamenta falta de tempo para impedir invasão do Iraque

O chefe dos inspetores de armas das Nações Unidas, Hans Blix, lastimou hoje, em entrevista exclusiva à Radiobrás, não ter tido tempo suficiente para afastar as suspeitas sobre a existência de armas de extermínio em massa no Iraque, o que poderia, em tese, ter evitado a invasão desse país por parte das tropas anglo-americanas. Hans Blix disse aos jornalistas de “Os Repórteres”, da Rádio Nacional AM, que seriam necessários mais alguns meses para o trabalho de inspeção. De acordo com ele, o governo iraquiano foi “correto” e colaborou com a sua equipe, mas somente a partir de janeiro foram abertos mais locais de inspeção e fornecidas mais informações. Contudo, disse, não foram notadas nessas informações evidências mais concretas da inexistência de armas proscritas pelas convenções das Nacões Unidas, como as químicas.

Hans Blix informou também que a posse de mísseis Al-Samude II foi declarada pelo governo iraquiano. “Não fomos nós que descobrimos a existência dessas armas”, disse. Os mísseis de 190 quilômetros de alcance foram destruídos pelo fato de que tinham especificações acima do permitido pela ONU – que limita o alcance a 150 quilômetros. O chefe das inspeções descartou que os Estados Unidos tenham exercido alguma coação no seu trabalho, “fizeram somente algumas recomendações. “Mas eu não chamaria de pressões”, ressalvou.

Durante a entrevista, Hans Blix acrescentou esperar que a guerra não se estenda por muito tempo de forma a evitar tanto sofrimento. Ele encerrou a conversa com os jornalistas afirmando que é a primeira vez, no seu conhecimento, que uma guerra é realizada “com o objetivo de desarmar”.

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