O mensageiro da paz e o besta-fera

O diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello é um referencial, do mais alto nível, para toda a humanidade. A serviço das Nações Unidas sempre se fez presente em missões de risco procurando conduzir, ao entendimento, as partes beligerantes. Seu último trabalho, humanitário, foi em Bagdá quando sua vida e a de muitos companheiros seus foram ceifadas onde tentava, com sua equipe, minorar o sofrimento do povo iraquiano massacrado pelos intermináveis bombardeios liderados pelas tropas norte-americanas. O seu oposto, o besta-fera e ignóbil presidente dos Estados Unidos, é um dos maiores responsáveis por sua morte. Prepotente, esse chefão sempre ousou ditar regras ao mundo, mesmo tendo que recorrer à força. Iniciou pela injustificável invasão do Iraque sem o aval da ONU. A seguir passou a ameaçar a Coréia do Norte, Síria, Irã e todos os países contrários à sua política imperialista trazendo-lhes, desta forma, uma sensação de insegurança. O seu objetivo sempre foi dominar comercial e militarmente toda aquela região tendo, como uma das metas, o petróleo iraquiano a custo zero.

É lamentável que líderes de algumas nações da Europa e de outros continentes, possivelmente acovardados com os urros do “todo-poderoso”” ou corrompidos por um punhado de dólares, o tenha apoiado nessa escalada da violência. Contudo, temos que enaltecer as atitudes contrárias a essa agressão, tomadas pelo papa João Paulo II e pelos estadistas Jacques Chirac, Gerhard Schroeder e Vladimir Putin. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou contrário à ação inconseqüente do mandatário americano.

Agora, G.W. Bush, completamente perdido no país que invadiu, pede socorro justamente à Organização que menosprezou.

A insanidade do besta-fera é tamanha ao ponto de, recentemente, ter afirmado: “Os incêndios que devoram nossas florestas seriam facilmente debelados se estas fossem derrubadas” (Jornal do SBT de 11/8/03).

Gabriel Gonçalo Gaissler

é professor de Química e Matemática, em Curitiba.

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