O lucro dos gigantes

Os três maiores bancos privados do País tiveram em 2007 um lucro para ficar na história do recente capitalismo brasileiro. Bradesco, Unibanco e Itaú, juntos, repartiram uma montanha de dinheiro equivalente a R$ 20,4 bilhões, excluídos todos os dispêndios necessários para a manutenção dos serviços. Em bom português isso se chama de lucro líquido.

Pois bem. Em comparação com o resultado obtido no ano passado pelos três maiores bancos privados, a alta do exercício recém-findo foi de 36%, confirmando as expectativas previamente ventiladas pelo mercado. No entanto, é preciso advertir que as cifras são preliminares, porquanto a primeira instituição a abrir a temporada de publicação dos balanços anuais – o Bradesco – o fará nesta segunda-feira.

As previsões dos meios financeiros davam conta, porém, que o lucro do referido banco em 2007 foi de R$ 7,9 bilhões, ou 25,3% sobre 2006, ao passo que o Unibanco teve o desempenho menos brilhante dos três, com R$ 3,9 bilhões, embora tenha abocanhado a impressionante lucratividade de 76,4% sobre o resultado anterior.

Em volume de dinheiro quem lucrou mais foi o Itaú, com R$ 8,6 bilhões, ou 32,7% sobre 2006, sendo que uma parcela exponencial dos ganhos resultou da venda de papéis durante ofertas públicas de ações. Além disso, os bancos se desfizeram de parte de suas participações na Bovespa Holding e, no caso do Bradesco e Itaú, na Bolsa de Mercadorias&Futuros (BM&F).

O fator que mais contribuiu para o lucro dos bancos em 2007 foi a expansão do crédito e, não por acaso, os três conglomerados financeiros foram responsáveis pela maior fatia dos empréstimos totais movimentados no País. A partilha do suculento filé foi garantida pelos segmentos de crédito consignado, financiamento de veículos, cartões de crédito e financiamentos a pequenas e médias empresas.

Um relatório do Banco Central mostra que o total de empréstimos registrados no Brasil até novembro passado, com recursos livres e direcionados, somava R$ 908,7 bilhões. A conta ainda não foi fechada, mas a expectativa é que tenha batido em R$ 930 bilhões em 31 de dezembro. Para esse ano, os técnicos do BC estimam que o saldo dos empréstimos deve chegar a R$ 1 trilhão.

O lucro dos bancos, entretanto, será um pouco menor em face da redução da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que segundo cálculos da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), deverá ficar um pouco acima de 4,5%. A estimativa da entidade para o crescimento da economia em 2007 é de 5,12%.

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