Novo naufrágio na Espanha mostra fragilidade de lei marítima

O Greenpeace afirmou ontem que o naufrágio do navio Spabunker IV serve para reforçar a fragilidade da atual legislação marítima com relação ao transporte de materiais perigosos.

“Acidentes como esse continuarão acontecendo enquanto ninguém for responsabilizado pelos danos materiais e ambientais”, disse Juan Lopez de Uralde, diretor-executivo do Greenpeace Espanha, a bordo do barco da organização ambientalista, o MV Esperanza. “Com esta atitude, indivíduos irresponsáveis podem lavar suas mãos e continuar poluindo outros oceanos.”

O Spabunker IV, uma embarcação de 37 metros, naufragou ontem pela manhã na Baía de Algeciras com uma carga de 900 toneladas de óleo combustível. De acordo com fontes locais, não existem sinais de vazamento no casco do navio. A autoridade portuária de Gibraltar apontou as más condições climáticas como a provável causa do naufrágio.

Gibraltar é o principal porto mediterrâneo para transferência de combustível, fornecendo mais de 2,7 milhões de toneladas de combustível por ano; Algeciras vem logo a seguir, fornecendo mais de 1,5 milhões de toneladas de combustível anualmente.

“Esse é mais um exemplo dos vazamentos que acontecem na Baía de Algeciras graças à transferência de combustível e que, normalmente, ficam impunes”, completou Lopez de Uralde. “Apesar das contínuas reclamações sobre vazamentos na área portuária, o número de sanções é mínimo. Tudo isso mostra a atmosfera permissiva dentro da qual a indústria petrolífera atua”.

O Greenpeace demanda a responsabilização total e ilimitada para todos os envolvidos nesses acidentes, desde donos, gerentes e operadores da embarcação até os donos da carga, tendo a certeza de que a indústria petroleira pague pelos danos causados por esses acidentes. Além disso, o Greenpeace está pedindo que a União Européia aprove imediatamente o banimento do uso de navios de caso simples e exclua as áreas ecologicamente sensíveis das possíveis rotas de quaisquer navios.

Na última segunda-feira (20/01), o Greenpeace realizou um protesto pacífico contra um outro petroleiro de casco simples que estava transferindo combustível na Baía de Algeciras.

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