Novo mínimo elevará em R$ 1 bilhões as despesas do governo

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, calculou em R$ 1 bilhão o aumento anual das contas do governo federal por conta do acordo fechado ontem com as centrais sindicais em torno do novo salário mínimo, para R$ 380,00. Segundo ele, este aumento se deve à proposta de correção do mínimo que tramitava na comissão do Orçamento do Congresso, que era de R$ 375,00.

Ele reconheceu que ficará mais difícil fechar as contas, mas assegurou que o governo vai continuar sendo severo no controle das contas públicas. Ele disse que, se tem uma coisa que o governo Lula não pode ser acusado, é de ter aberto mão do controle das despesas. "O governo vai continuar sendo (controlado)", disse.

O ministro afirmou que o acordo fechado com as centrais sindicais traz mais previsibilidade para as contas do governo, já que tem regras claras para o aumento do salário mínimo.

Ele classificou como "fofoca" a avaliação de que a equipe econômica saiu derrotada das negociações com as centrais sindicais e o governo. "Essas fofocas, não temos que nos pautar por isso". Ele reconheceu, no entanto, que o acordo foi uma vitória das centrais sindicais e da negociação do governo. "A grande vantagem é que fizemos um acordo de longo prazo". Com o acordo, as centrais estão apostando na expansão do PIB brasileiro e que esta aceleração da economia também é aposta do governo.

O ministro admitiu que o acordo do salário mínimo para R$ 380 fechado ontem com as centrais sindicais terá interferência no pacote de medidas que o governo anunciará em 2007 para o crescimento. Segundo ele, uma parte das contas terá que ser refeita. Ele não disse, no entanto, se o governo vai reduzir as desonerações tributárias previstas inicialmente.

Bernardo também admitiu que este acordo foi um dos motivos para o adiamento do pacote, que seria anunciado hoje. "É claro que, se mudamos o valor do salário mínimo, vai ter interferência no pacote. Mudam as contas. Esta parte das contas vai ter que ser refeita. Em função disso… (o pacote acabou não sendo totalmente fechado)".

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