Nova leva recorde de imigrantes ilegais chega à Espanha

Quase mil ilegais chegaram às Ilhas Canárias em pouco mais de 24 horas. Segundo o serviço de emergências local, entre esta terça (5) e quarta-feira (6) chegaram da costa da África 991 pessoas. O fluxo médio foi um recorde de 35 ilegais chegando às Canárias por hora. O chefe de governo das Canárias, Adán Martín, afirmou que a atual onda imigratória é a "pior crise humanitária vivida pela Espanha desde a Guerra Civil" (1936-39). Neste ano já foram interceptados na região mais de 20 mil ilegais. Em 2005, o número não chegou a 5 mil.

O primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Rodriguez Zapatero, criticou nesta quarta-feira (6) a situação. "A Espanha não aceita, nem aceitará, clandestinos ou a imigração ilegal", garantiu. O governo socialista é criticado por ter, no ano passado, anistiado 700 mil ilegais. A justificativa é que esses trabalhadores eram necessários para setores da economia como construção e serviços. Para a oposição, porém, a medida incentivou a imigração.

Os ilegais se arriscam em embarcações precárias e condições subumanas para alcançar a costa européia, saídos principalmente de Cabo Verde, Mauritânia e Senegal. Estimativas apontam que entre 590 e 3 mil deles morreram neste ano tentando realizar a travessia.

A dimensão inédita do problema levou o governo espanhol a anunciar, com França e Itália, uma proposta conjunta para lidar com a questão, que será apresentada em uma reunião da União Européia (UE), dia 20 de outubro. A vice-primeira-ministra espanhola, María Teresa Fernández De la Vega, criticou no dia 30 a pouca ajuda da UE. Para ela, há uma demora para aplicar as medidas comunitárias para conter os ilegais.

Pesquisa da rede Cadena Ser divulgada nesta quarta-feira (6) mostrou que, para 89% dos espanhóis, há muitos imigrantes chegando ao país. Para 64% dos entrevistados, o governo espanhol não responde de forma adequada ao problema.

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