Natália Falavigna volta a competir nesta sexta-feira

São Paulo – O Brasil tem uma campeã mundial que ficou quase um ano sem lutar por não ter adversárias no País nem recursos para competir no exterior. É Natália Falavigna, que volta a competir nesta sexta-feira, no US Open de tae kwon do, em Dallas, Texas (EUA), na categoria 72 quilos, com mais 11 atletas dos Estados Unidos, México, Canadá e Inglaterra, entre outros países. É a primeira vez que a bela Natália, de 21 anos, 1,78 m e 69 quilos, luta desde a conquista do Mundial da Espanha em abril de 2005. O ouro de Natália deu grande divulgação ao esporte no País.

Mas no Brasil, Natália não tem adversárias. "A maioria das meninas desce de categoria, prefere emagrecer, e isso tem dificultado o aparecimento de atletas para lutar comigo", explica a paranaense. Disputou o último Campeonato Brasileiro numa categoria acima da sua ? e venceu. Adotar o calendário internacional significa ter planejamento e recursos num nível que a modalidade não atingiu. "A Confederação Brasileira de Tae kwon do voltou todo o planejamento de 2005 para o Mundial e não tinha recursos para disputar outros campeonatos."

Natália confessa que chegou a se sentir desmotivada por ficar dez meses sem lutar na categoria, mas já se reprogramou tendo como espelho o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardo Rezende, o Bernardinho. "Decidi que meu objetivo será sempre o próximo, para continuar motivada a competir", observa Natália, que treina na Academia de seu técnico, a Madureira Tae kwon do Clube, em Londrina (PR).

Este ano, com o patrocínio pessoal da Bombril (com a marca Pinho Bril) e as competições da Confederação Brasileira de Tae kwon do, Natália estabeleceu um calendário com o técnico Fernando Madureira e sua equipe que pretende cumprir, começando com o US Open. A inglesa Sarah Stevenson, que venceu numa luta difícil ? no golden point, após empate por 5 a 5 no tempo normal ? na disputa do título mundial, em 2005, se inscreveu no torneio.

"Estou numa boa fase, com tudo correndo bem. Minha expectativa de resultado é alta, apesar da ansiedade por não lutar desde o Mundial. Vou usar o torneio para medir como estou e no que posso melhorar." Na categoria médio, as 12 inscritas lutarão pelo sistema de eliminatória simples ? venceu, avança, perdeu, está fora.

Este ano, a atleta gostaria de ser a escolhida pela CBTKE para ir à Europa, disputar dois Abertos, participar de um período de treinamento e ainda de um amistoso entre países. Em maio, disputará o Mundial Universitário em Valência, na Espanha ? estuda Educação Física na Unopar, de Londrina ?, e, em setembro e outubro, a Copa do Mundo, em Bangcoc. Ainda planeja lutar os Jogos Sul-Americanos e o Pan-Americano de tae kwon do. "Antes, tenho de saber quais as competições que poderemos participar. O mestre Pan (técnico da seleção) vai decidir quem irá aos Jogos Sul-Americanos, ao Pan e à Copa."

Natália não tem dúvida que o calendário desse ano será decisivo para as próximas temporadas. "Em 2007 temos o Pan-Americano do Rio e vou defender o título mundial." E, em 2008, Natália terá em Pequim novamente a chance de lutar pela sonhada medalha olímpica, sua meta principal. Em Atenas, em 2004 ficou bem perto das medalhas e o quarto lugar foi recebido com muito choro. Na sua preparação para a Olimpíada, sem patrocínio, Natália teve de contar com o investimento dos pais, o equivalente a um carro de luxo.

Voltar ao topo