O presidente da República e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta terça-feira (29), ao discursar no lançamento do programa de governo de reeleição, no hotel Blue Tree, em São Paulo, que num eventual segundo mandato não promoverá "nenhuma loucura". Segundo ele, a garantia de que o Brasil "vai para frente e não tem retorno" foi dada com a mudança dos fundamentos econômicos que diminuíram a volatilidade brasileira a turbulências internacionais. "Não tem tremedeira por mudança, por aumento da política de juros dos Estados Unidos", discursou. "O Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) aumentou os juros, e o Brasil seguiu no caminho de diminuir os juros", acrescentou.
Segundo ele, o governo não promoverá "loucuras" porque isso traria prejuízo para "milhões de inocentes", e que tal comportamento poderia comprometer o futuro da nação. Além disso, acrescentou que o salto de qualidade desejado pelo povo brasileiro para daqui a 20 anos só poderá ser dado com investimentos maciços em educação, e que, por isso, o tema seguirá sendo tratado na administração dele como "investimento", e não como "gasto".
O presidente destacou que o foco da administração dele está direcionado para melhorar a vida dos mais pobres e disse estar satisfeito por esta camada da população entender a mensagem dele. "Passados quatro anos de governo, um dia os cientistas políticos vão esclarecer sobre isso: qual foi a grande guinada que o governo Lula deu", observou. De acordo com ele, a administração petista abriu canal de diálogo com os movimentos sociais, caso dos trabalhadores rurais, de movimentos de defesa dos direitos dos negros e de ouvir as reivindicações dos sem-teto.
No campo da política internacional, Lula rogou para o governo dele a percepção internacional de que o Brasil "cresceu demais" e que, por este motivo, precisou ter paciência e dar mais espaço para que outros países mais pobres pudessem se manifestar nos fóruns internacionais. "Pela primeira vez na história deste País o povo não tem um presidente da República. Pela primeira vez, o povo se sente o próprio presidente da República", opinou.
Por fim, o presidente lançou uma frase dúbia, talvez para afagar os ânimos daqueles integrantes do PT envolvidos no esquema do mensalão. "Prezo muito as amizades. Ninguém deixará de ser meu amigo porque cometeu um erro", declarou. Em seguida, emendou, contornando a declaração anterior: "ninguém deixará de ser meu amigo por ser desempregado ou porque eu virei presidente da República". O presidente permanece no hotel Blue Tree, em São Paulo, e durante esta tarde vai se reunir com o ministro da Previdência, Nelson Machado.