Zelaya exige voltar ao poder antes de pleito em Honduras

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, exigiu voltar ao poder antes das eleições no país, em novembro. Negociadores dele e do governo de facto anunciaram avanços “em 90%” dos pontos. Ainda não há consenso, porém, sobre a questão crucial do diálogo: o retorno de Zelaya ao poder.

“Eleições sem a volta do presidente constitucional legitimariam e autorizariam mais golpes”, afirmou o líder deposto. A eleição no país está marcada para 29 de novembro. “Voltar ao poder após o fato (a eleição) é algo que não estamos considerando”, afirmou Zelaya, de dentro da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está abrigado desde a volta do exílio, em 21 de setembro.

Zelaya estabeleceu até amanhã o prazo final para um acordo. “Nós começamos agora as conversas sobre o ponto mais crítico (volta de Zelaya ao posto) e esperamos uma resposta amanhã (hoje)”, disse Mayra Mejía, negociadora de Zelaya.

Governo de facto

A ex-juíza Vilma Morales, que negocia em nome do presidente de facto, Roberto Micheletti, confirmou que já começou o diálogo sobre o retorno de Zelaya. Segundo ela, hoje prosseguirão as conversas sobre “os diferentes cenários e alternativas”. Até o momento, os dois lados já concordaram em estabelecer um governo de união, sem concessão de anistias judiciais. Além disso, Zelaya desistirá de seus esforços para reformar a Constituição e as eleições presidenciais seriam mantidas em novembro.

Seria estabelecida uma comissão para monitorar a implementação do pacto. O país também pediria à comunidade internacional para que retire as sanções contra Honduras, impostas após o golpe militar de 28 de junho. “Nós estamos nos sentido otimistas e esperamos entregar ao país um acordo político e legal aceitável”, disse Victor Meza, negociador de Zelaya.

Após o golpe, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e vários líderes da região pediram o retorno de Zelaya ao cargo. Além disso, Washington suspendeu auxílio financeiro e programas de auxílio ao país e cancelou vistos de funcionários do regime de facto. As informações são da Dow Jones.