Venezuela pretende restabelecer câmbio paralelo

Autoridades venezuelanas estão trabalhando para restabelecer um mercado paralelo de câmbio, proibido pelo governo em 2010. Esse mercado, que envolveria a negociação de dívida do governo denominada em dólares, pode começar a funcionar já em setembro, disse neste domingo (23) um funcionário do Ministério de Finanças do país, que pediu para não ser identificado.

O mercado privado complementará um sistema separado de leilões de dólares, conhecido como Sicad, que será retomado nas primeiras semanas de julho, disse a fonte.

As medidas têm como objetivo aliviar as dificuldades econômicas enfrentadas pela administração do presidente Nicolas Maduro, que assumiu o cargo em abril, após a morte de Hugo Chávez. Sob o governo de Chávez, a Venezuela adotou um sistema de controle de câmbio que torna ilegal a compra de dólares que não seja feita através do Estado.

Nos últimos meses, no entanto, o governo disponibilizou poucos dólares para empresas privadas, o que resultou na escassez de vários produtos importados, desde alimentos até papel higiênico. Isso também levou à depreciação da moeda local, o bolívar. Em transações ilegais, um dólar pode alcançar a cotação de até 30 bolívares, bem mais do que a taxa fixa de câmbio de 6,30 bolívares.

O mercado paralelo de câmbio, que antes era conhecido localmente como permuta, será reimplantado com alguns mecanismos de proteção, afirmou a fonte. Caso o bolívar fique acima ou abaixo de um intervalo específico, o mercado ficará suspenso, disse, sem dar mais detalhes.

Autoridades acabaram com o mercado de permuta em 2010, depois de Chávez classificar as corretoras que o operavam como uma “máfia” e responsabilizá-las pela rápida depreciação do bolívar.

Várias corretoras foram fechadas e muitos de seus diretores ficaram presos por dois anos. Após a ofensiva contra essas casas, o banco central introduziu sua própria plataforma de negociação de dólares, conhecida como Sitme, mas o sistema foi encerrado no começo deste ano. Líderes do governo disseram que o sistema não era prático e forçava o governo a emitir dívida desnecessariamente para alimentar seu mecanismo de distribuição de dólares. Fonte: Dow Jones Newswires.

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