O governo da Venezuela e uma coalizão de oposição concordaram nesta terça-feira em iniciar um processo formal de diálogo. “Queremos nas próximas horas estar reunidos de novo com muito mais membros do governo e da oposição”, disse o vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza.
Durante a tarde de hoje o presidente Nicolás Maduro se reuniu com uma delegação da oposição, encabeçada por Ramón Guillermo Aveledo, secretário-executivo do grupo opositor Mesa de Unidade Democrática.
Arreaza disse que uma reunião ocorrerá nas próximas horas, em uma sessão pública que será acompanhada pelos ministros de Relações Exteriores da Colômbia, Equador e Brasil. Aveledo confirmou que as duas partes decidiram por um encontro “exploratório e preparatório”, com a intenção de “dialogar em termos mutuamente respeitosos e de igualdade”. Ele anunciou que um representante do Vaticano também acompanhará as negociações.
A data para o início do processo formal de diálogo ainda será definida. Aveledo disse que todos os membros da Mesa de Unidade Democrática, que envolve cerca de uma dezena de partidos e organizações, ainda irão se reunir para deliberar sobre o assunto.
No entanto, algumas vozes da oposição são contra as negociações formais. “Enquanto houver estudantes detidos, presos políticos, repressão, invasão cubana e sequestro das instituição, o diálogo não será real”, disse o prefeito opositor Antonio Ledezma, do distrito metropolitano de Caracas, por meio de sua conta no Twitter.
Os violentos incidentes registrados em Caracas e outras cidades deixaram ao menos 39 mortos, 608 feridos e 2.285 detidos, sendo que 192 permanecem presos e estão sujeitos a processos judiciais. Fonte: Associated Press.