Uma crise de fé nos norte-americanos

É, um futuro “triste e sombrio” pode estar se aproximando. Estariam todas as Américas – Central, do Sul e do Norte – condenadas? Parece-me que sim.

Primeiro a Argentina: uma crise econômica avassaladora. Depois, no Paraguai, uma crise política “feia”, que levou o governante a declarar “estado de emergência” devido às violentas manifestações. Sem falar da economia do Uruguai e da política na Venezuela. Mas se você pensa que as crises atingem apenas esses setores, e apenas à América Latina, trago a triste notícia: não é.

As crises avançam até a potente América do Norte atingindo os Estados Unidos. Entretanto, como se trata de um país de primeiro mundo, o setor atingido é um setor extremamente delicado: a “fé”. É isso mesmo. Uma crise de “fé” assola os americanos. Tão perceptível é o problema que o presidente George W. Bush, tomando consciência da seriedade do mesmo, foi ao ar, em rede nacional, há alguns dias, pedindo ao povo que volte a acreditar nas empresas e na economia norte-americanas. Parece, também, um pouco de medo de que se repita o que aconteceu em Nova York, em 1929.

A origem da crise de 1929, se alguém não se lembra das aulas de história, foi que a produtividade industrial cresceu, assim como os lucros, os investimentos e as fábricas. Porém o consumidor não absorveu toda esta produção industrial. As especulações agiam livremente elevando, artificialmente, os preços das ações, mas não adiantou, foram desvalorizadas, e a bolsa de Nova York “crack”, quebrou. Já naquela época as autoridades não “deram a mínima” aos especuladores, e nem à prevenção da crise.

Já que estamos vendo indícios desse mesmo quadro de anos atrás, especulações, o PIB norte-americano abaixo da taxa estimada pelos economistas, como divulgou o secretário do Tesouro dos EUA, Paul ONeill, na semana passada, e, enfim, o desempenho da economia norte-americana tem ficado bem abaixo do esperado. Por isso acho que a missão de Bush, de aniquilar essa crise e retomar a fé dos americanos, não será nada fácil se ele esquecer, ou, pior, se não tiver a tradução em língua inglesa do seguinte ditado: “Fé sem obras é morta”. Então é melhor agir, ou melhor, reagir, ao invés de ficar vendo a crise chegar, de mãos atadas.

Nájia Z. Furlan

é estudante em Maringá-PR.

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