UE premia ativista chinês que está preso em Pequim

O Parlamento da União Européia (UE) anunciou na quinta-feira (23) a entrega de seu principal prêmio sobre direitos humanos ao dissidente chinês Hu Jia, que cumpre pena de 3 anos e meio sob a acusação de ?subversão do poder do Estado?. A possibilidade de premiar o ativista havia sido duramente atacada pelas autoridades de Pequim, que a partir desta sexta serão anfitriãs dos líderes europeus na cúpula entre o bloco e países asiáticos.

Preso desde dezembro, Hu Jia é o mais preeminente ativista chinês e seu nome foi cotado para o Prêmio Nobel da Paz, entregue ao ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari. ?Estamos enviando um claro sinal de apoio aos que defendem os direitos humanos na China?, disse o alemão Hans-Gert Poettering, presidente do Parlamento.

Concedido desde 1988, o Prêmio Sakharov tem o valor de US$ 64 mil. A entrega será em 17 de dezembro, mas é pouco provável que Hu Jia esteja presente, pois sua pena só termina em 2011. ?Manifestamos profunda insatisfação com a decisão do Parlamento Europeu de entregar tal prêmio a um criminoso preso na China, desconsiderando nossas repetidas representações?, afirmou o porta-voz da chancelaria da China, Liu Jianchao.

Hu Jia defende, há dez anos, portadores do vírus HIV e de causas ambientais na China. Típico ?dissidente da internet?, ele costumava divulgar textos online com críticas ao governo. A Human Rights Watch voltou a pedir ontem sua libertação.Os advogados do ativista sustentam que seu único crime foi manifestar suas opiniões e dizem que ele nunca se engajou em atividades que pudessem ser caracterizadas como subversivas. Ele foi preso após dar um depoimento ao Parlamento Europeu sobre a situação dos direitos humanos na China. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.