Forças de segurança da Ucrânia se mobilizam nesta segunda-feira para cercar a cidade oriental de Donetsk, onde rebeldes pró-Rússia se reagruparam depois de terem sido expulsos de várias fortalezas ao longo do final de semana, ao mesmo tempo que um alto funcionário em Kiev disse que o conflito chegou a um ponto crucial.

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“Combatentes com armas foram impedidos de sair de Donetsk”, disse o conselheiro do ministro do Interior, Anton Gerashchenko, em coletiva reportada pelos meios de comunicação locais. “A moral dos militantes, de acordo com a nossa inteligência, é extremamente baixa, porque eles se sentem abandonados, traídos e enganados.”

O conselheiro disse que a retirada dos rebeldes marcou um ponto de virada no conflito e que a Ucrânia tem a intenção de manter a pressão até que os separatistas se rendam.

Por outro lado, combatentes rebeldes disseram que pretendem lutar até o fim na capital regional de cerca de 1 milhão de pessoas, mas expressaram descontentamento com Moscou, de quem esperavam apoio.

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A Rússia tem sido acusada de fornecer armas e combatentes aos separatistas, o que é negado repetidamente pelo Kremlin, mas parece ter afastado o seu interesse no conflito no país após ter cancelado no Parlamento o pedido de intervenção militar no país vizinho.

Os combatentes pareciam estar se mobilizando para um cerco, tendo explodido três pontes na cidade de Donetsk e cortando as vias de acesso principais, disseram autoridades do governo. Os insurgentes também detonaram uma ponte ferroviária na região vizinha de Luhansk, relataram as autoridades.

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As força do governo também trabalharam para solidificar o controle sobre uma série de cidades que os rebeldes abandonaram no final de semana. Na segunda-feira, o presidente Petro Poroshenko disse que a bandeira ucraniana estava sendo levada de volta ao topo do edifício da Câmara Municipal em Konstantinovka, uma pequena cidade ao norte de Donetsk, que estava sob controle separatista desde a revolta que começou em abril.

As forças militares na Ucrânia também relataram sucessos nas operações na retomada da cidade de Sloviansk e dos postos de fronteira com a Rússia no oblast de Luhansk.

O impulso militar por parte da Ucrânia veio depois que representantes do país e da Rússia se reuniram com mediadores internacionais em Kiev no domingo para conversas tensas, disse o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, nesta segunda-feira.

“À medida que nós falávamos, as negociações extremamente difíceis”, disse Steinmeier.

Ao contrário das duas rodadas anteriores de negociações, os representantes dos separatistas não compareceram à reunião de domingo. “Mesmo que a situação no leste da Ucrânia tenha mudado em favor das forças de segurança ucranianas, não haverá solução puramente militar para o conflito, especialmente porque a maioria dos separatistas está francamente inserida em Donetsk”, disse Steinmeier. Fonte: Dow Jones Newswires.