Turquia estuda criação de zonas de segurança na Síria

A Turquia faz planos para minimizar o efeito da crise da Síria sobre o país e já pensa na criação de cinco zonas de segurança no país árabe, segundo a edição desta sexta-feira do jornal “Cumhuriyet”, que cita fontes do governo.

O jornal diz que a Turquia pretende criar “bolsões de segurança” no norte do país vizinho. Esses locais começariam na fronteira turca e se estenderiam por 20 quilômetros no interior da Síria, ao longo de importantes vias de comunicação.

A publicação, no entanto, não especificou a localização dessas construções e nem fez uma previsão sobre o início das obras, embora tenha acrescentado que o “botão já foi apertado” e que o plano pode ser colocado em prática “sem aviso prévio”.

O jornal relaciona a opção com o temor da Turquia da presença de guerrilheiros curdos no nordeste da Síria, onde nos últimos meses foram criadas fortes milícias do Partido União e Democracia (PYD), que tem ligação estreita com o grupo armado Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK).

O dirigente do PYD, Saleh Muslim, assegurou que seu partido “não tem nada contra a Turquia” e que enfrenta apenas o regime sírio, mas a possível criação de uma segunda frente contra a guerrilha curda nesta área segue dominando o debate nacional.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, deixou claro que a Turquia “não pode fechar os olhos” perante tal ameaça e que a intervenção militar seria uma reação justificada em caso de perigo.

Por enquanto, na zona que se situa fora da área curda, não foram registrados combates e nem casos de guerrilheiros infiltrados nas áreas dominadas pelas milícias do PYD.

Por outro lado, a Turquia está construindo pelo menos três novos campos de refugiados, segundo afirmou nos últimos dias a imprensa do país. A Direção de Desastres e Emergências (AFAD) turca calculou, na quinta-feira, que a Turquia esteja abrigando 50.227 refugiados sírios.

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