Tribunal da UE ordena que Hamas seja retirado de lista de terroristas

Um tribunal da União Europeia (UE) ordenou nesta quarta-feira que o grupo palestino Hamas seja removido da lista de terroristas do bloco por razões processuais, mas disse que a UE pode manter congelados ativos de integrantes do grupo militante islâmico por enquanto.

O Hamas, que pede a destruição de Israel, saudou a decisão. Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu que a UE reverta a decisão.

O Hamas foi colocado na lista de terroristas do bloco como parte de amplas medidas para combater o terrorismo após os ataques de 11 de Setembro de 2001. O grupo, que venceu as eleições de 2006 e governa a Faixa de Gaza, contestava a classificação.

O tribunal da UE concluiu nesta quarta-feira que o Hamas foi colocado na lista por pressão da imprensa e relatos na internet e não com base em “atos examinados e decisões confirmadas de autoridades competentes”.

O tribunal afirma que a decisão não “implica qualquer avaliação substancial da questão da classificação do Hamas como grupo terrorista”. Por isso foi decidido que o congelamento de ativos deve permanecer por três meses, na dependência de novas ações da UE.

A UE estuda a adoção de medidas, já que tem dois meses para recorrer da decisão.

Estar na lista de terroristas impede autoridades da UE de fazer negócios com o grupo e exige que recursos do Hamas no território do bloco sejam congelados.

A decisão foi tomada em meio a crescente pressão de deputados e senadores de países da UE para o reconhecimento do Estado palestino, após anos de impasse nas negociações de paz. Cresce também a frustração na Europa com o governo de Israel, principalmente após a guerra em Gaza, no começo deste ano.

Salah Bardawil, autoridade do Hamas em Gaza, disse que a decisão é uma “mudança forte e boa” que, segundo ele, vai levar a uma ação da Europa contra Israel. Já Netanyahu disse que o Hamas “é uma organização terrorista assassina” e pediu que grupo seja recolocado imediatamente na lista. Fonte: Associated Press.

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