Trégua em Gaza abre caminho para negociações

Israel disse ter retirado suas últimas tropas em solo da Faixa de Gaza nesta terça-feira, data em que o governo israelense e o Hamas iniciaram um cessar-fogo temporário. A trégua abre caminho para as negociações no Egito a respeito de um cessar-fogo mais longo e para a reconstrução do território costeiro palestino.

Os dois lados interromperam os ataques quando a trégua de três dias teve início às 8h (horário local, 2h em Brasília). Com o fim dos bombardeios as ruas da Cidade de Gaza, desertas durante os confrontos, ficaram cheias, com tráfico intenso e lojas abertas.

Se a calma for mantida, será a maior trégua em quase um mês de combates que deixou quase 1.900 palestinos e 67 israelenses mortos.

Nos próximos dias, mediadores egípcios pretendem se reunir de forma separada com delegações israelenses e palestinas no Cairo para tentar chegar a um acordo sobre Gaza.

Na medida em que as exigências palestinas são apresentadas, há sinais de que o Hamas está disposto a dar ao presidente palestino Mahmoud Abbas um papel em Gaza como parte dos esforços de reconstrução.

O Hamas tomou o controle de Gaza em 2007, o que resultou no bloqueio israelense e egípcio do território costeiro. O retorno de Abbas supostamente teria como objetivo dar garantias a Israel e ao Egito, permitindo o alívio do bloqueio.

A delegação palestina no Cairo apresentou uma lista conjunta de exigências para o Egito, disse Hana Amireh, integrante da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), grupo sediado na Cisjordânia, que está em contato com a delegação.

As exigências incluem o pedido para a reconstrução de Gaza com recursos internacionais, que seria supervisionada pelo governo liderado por Abbas, formado após um acordo de unidade com o Hamas fechado pouco antes da guerra.

A delegação é liderada por uma pessoa de confiança de Abbas, mas inclui membros do Hamas e de outras facções palestinas.

Atualmente, está em negociação o planejamento para uma conferência de países doadores que deve acontecer na Noruega no início de setembro, afirmou Mohammed Mustafa, vice-primeiro-ministro do governo tecnocrata sediado na Cisjordânia.

Porém, Izzat Rishq, integrante do Hamas, deu a entender que o grupo vai buscar participar da reconstrução. “Nós sabemos que temos um governo de unidade nacional que pode cuidar da conferência de doadores e da reconstrução, mas implementá-la exige cooperação nacional”, afirmou.

Uma delegação israelense com três integrantes chegou ao Cairo na noite desta terça-feira, segundo um funcionário do aeroporto que falou em condição de anonimato. Fonte: Associated Press.

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