Tailândia e Camboja entram em combate na fronteira

Os piores combates em anos entre a Tailândia e o Camboja se espalharam hoje para um terceiro templo histórico na fronteira entre os dois países, enquanto soldados trocam disparos de artilharia. Nesta terça-feira, mais um militar morreu. No total, 13 soldados foram mortos e 50 mil habitantes deixaram regiões de fronteira desde que os choques começaram, na sexta-feira.

Hoje, as trocas de disparos ocorreram perto do templo hinduísta de Preah Vihear, do século XI, após terem começado em dois outros templos 160 quilômetros a oeste, também na fronteira. Na sexta-feira, os choques começaram perto dos templos de Ta Moan e Ta Krabey, cuja posse também é do Camboja, mas que a Tailândia contesta. Dezenas de soldados dos dois países ficaram feridos.

Em fevereiro, o templo de Preah Vihear foi o cenário de quatro dias de combates. O templo virou um símbolo da disputa nacionalista de fronteira entre os dois países do Sudeste Asiático. Políticos no Camboja e principalmente na Tailândia, que terá eleições em junho ou julho, inflamam o sentimento nacionalista das populações.

“Eu ainda não sei porque eles estão lutando. Pode ser por causa da terra”, disse Boonhome Surasuk, um dos 80 homens que ficaram no vilarejo tailandês de Nong Kanna, a cinco quilômetros da fronteira cambojana. O vilarejo foi abandonado por mulheres, crianças e idosos e normalmente tem mil habitantes. “Tudo o que sabemos é que isso nos afeta”, disse.

Um comandante de campo cambojano, o coronel Suos Sothea, disse que ocorreram hoje novos duelos de artilharia. Cada parte acusa a outra de iniciar os combates. O Camboja informou hoje que um soldado foi morto no final da noite de ontem, elevando a 13 o total de soldados cambojanos e tailandeses mortos desde sexta. Ontem, o governo dos Estados Unidos manifestou seu apoio aos esforços de negociação feitos pela Indonésia, atual líder da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), para mediar uma solução pacífica ao conflito.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que os EUA estão “profundamente preocupados” com a violência. Em comunicado, ela pediu para ambas as partes mostrarem moderação e reduzirem as tensões. Hillary disse que funcionários americanos estão conversando com diplomatas dos dois países.

Até agora a Tailândia rejeitou a mediação indonésia, ao dizer que ela e o Camboja precisam resolver a disputa sozinhos. No domingo, contudo, o chanceler da Tailândia, Kasit Piromya, indicou que Bangcoc poderá aceitar observadores militares indonésios na fronteira, uma sugestão que o Camboja já aceitou. As informações são da Associated Press.

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