O Exército de Bangladesh informou que o motim dos guardas de fronteira do país, ocorrido entre terça e quinta-feira, deixou um total de 76 mortos e que 72 oficiais continuam desaparecidos. De acordo com o porta-voz do Exército, brigadeiro-general Mahmud Hossain, 33 oficiais da unidade de guarda de fronteira dos fuzileiros sobreviveram ao motim.

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Os bombeiros desenterraram neste sábado (28) os corpos de mais dez oficiais de uma cova coletiva junto ao quartel-general da guarda de fronteira, o que elevou o número de mortos a 76. “Achamos que ainda há mais corpos”, disse o bombeiro Mohammad Shahjalal. Segundo ele, o corpo de uma mulher estava entre os que foram desenterrados e os bombeiros acreditam tratar-se da esposa do comandante dos fuzileiros, major-general Shakil Ahmed, cujo corpo já havia sido localizado.

Líderes políticos reuniram-se na residência da primeira-ministra Sheikh Hasina para discutir as consequências do motim e emitiram um comunicado pedindo “união nacional”. Ontem à noite, o comandante do Exército, general Moeen Ahmed, havia dito que “os militares permanecerão ao lado do governo”.

Hasina assumiu a chefia do governo em dezembro de 2008, após eleições que deram fim a dois anos de regime militar. Ela é filha de Sheikh Mujibir Rahman, líder do movimento pela independência e primeiro chefe de Estado de Bangladesh; ele, sua mulher e três filhos foram assassinados num golpe militar ocorrido em 1975.

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Para Ataur Rahman, professor de Ciência Política da Universidade de Dhaka, o motim “é um teste para a maneira como o governo de Sheikh Hasina lida com os militares”. “Esse evento trágico vai forçá-la a desviar sua atenção da consolidação da democracia e do fortalecimento da economia para os desafios da segurança nacional”, disse.