Síria diz ter interesse em cessar-fogo durante festa

O Ministério das Relações Exteriores da Síria informou hoje que concorda com um novo cessar-fogo no país durante a festa de Eid ul Adha, a partir de 25 de outubro.

“A parte síria está interessada em explorar esta opção. Esperamos voltar a conversar para conhecer a posição de outros países influentes na região, com os quais ele conversou em sua viagem”, disse o porta-voz do ministério, Kihad Maqdisi.

Porém, o representante destacou que o fim da violência no país deverá incluir também os rebeldes e os grupos e países que os apoiam, em referência a Arábia Saudita e Qatar, que são acusados por Damasco de fornecer armas aos rebeldes.

Mais cedo, o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, disse que conversou sobre o cessar fogo com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e ambos concordaram em promovê-lo.

“Achamos que seria melhor se os países com interesse primordial na crise, como Egito, Arábia Saudita e Rússia, também fizessem pedidos para promover o fim da violência”.

A proposta de cessar-fogo foi feita pelo enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas), Lakhdar Brahimi, ontem. A festa de Eid ul Adha tem duração de quatro dias e é uma das mais importantes do calendário muçulmano.

No período, os islâmicos lembram o sacrifício do profeta Abraão, que matou o filho Ismail conforme a vontade de Deus. A festa precede a peregrinação a Meca, ponto alto do islamismo.

Prolongamento

Diplomatas dizem que o plano de Brahimi é expandir o cessar-fogo após os quatro dias para autorizar a volta dos observadores da ONU ao país.

A intenção é fazer um plano similar ao que o ex-secretário-geral Kofi Annan propôs em abril, que fracassou após 15 dias de relativa trégua.

Caso seja alcançado o fim da violência, Brahimi pediria o envio de 3.000 soldados das forças de paz da ONU para manter cessar-fogo e garantir que os combates não voltem.

Segundo os representantes, nem o ditador Bashar Assad nem a oposição deram sinal positivo para acabar com os confrontos violentos. Também não foi demonstrado interesse da Arábia Saudita e do Qatar.