A chefe humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), Valérie Amos, conseguiu entrar nesta quarta-feira no bairro de Baba Amr, em Homs, onde ativistas acusam tropas do governo sírio de tentarem esconder provas de execuções de opositores e desertores que teriam feito após a tomada do local em um assalto na semana passada. A chefe humanitária da ONU deverá fazer uma avaliação sobre o que viu no bairro mais tarde. Nesta quarta-feira, tropas do governo sírio atacaram vilarejos na província nortista de Idlib, perto da fronteira turca. Ativistas disseram que o número de mortos desde que começou a revolta contra o governo, há um ano, se aproxima de 8.500.

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Khaled Erq Sousi, chefe do comitê de emergências do Crescente Vermelho da Síria, disse à Associated Press que Amos teve a permissão para visitar o bairro de Baba Amr. O governo sírio havia rejeitado um pedido anterior de Amos para visitar o país no começo deste mês, quando as tropas lançavam o ataque a Homs.

Amos disse que o objetivo da sua visita é “instar todas as partes a permitirem o acesso de trabalhadores humanitários, que poderão retirar os feridos e entregar suprimentos essenciais”.

Apesar dos apelos internacionais, o governo sírio ainda não permitiu que trabalhadores humanitários entrem em Baba Amr, ao dizer que existem riscos de segurança. Mas os ativistas afirmam que na verdade o governo tenta esconder a violência.

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Após a tomada de Baba Amr e outros focos da oposição e de desertores em Homs, o governo sírio parece voltar seu foco ao norte, onde as tropas começaram a atacar a província de Idlib, na fronteira com a Turquia. Isso sugere que o Exército sírio não consegue lançar várias operações simultaneamente, mesmo que a maioria dos militares permaneçam leais ao presidente Bashar Assad.

De acordo com a agência estatal de notícias Sana, Assad prometeu na terça-feira confrontar “o terrorismo armado por estrangeiros”. Desde que os levantes começaram em março do ano passado, ele culpa “gangues” e “terroristas” pela violência.

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O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo opositor sediado em Londres, disse que o número de mortos na Síria atingiu 8.458 desde que a revolta começou em março passado. Segundo o grupo, entre os mortos estão 6.195 civis, 1.835 militares e policiais leais ao regime e 428 soldados desertores.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.