Saúde de presidente gera controvérsia no Irã

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, está doente devido às pressões de seu cargo e por conta de uma carga de trabalho excessiva, afirmou Mohammad Ismail Kowsari, parlamentar bastante próximo a Ahmadinejad, de acordo com a agência de notícias estatal Irna. Porém o próprio Ahmadinejad negou neste domingo (26) que esteja doente.

“Qualquer ser humano pode ficar um exausto com uma carga de trabalho” como a de Ahmadinejad, disse Kowsari segundo a Irna. O presidente do Irã trabalharia até 20 horas por dia e não aparece em público desde terça-feira (dia 21).

A rede de televisão estatal divulgou no sábado que Ahmadinejad havia participado de um funeral em homenagem a alguns soldados que participaram da guerra entre o Irã e o Iraque na década de 1980, mas não mostrou imagens do presidente. O presidente completa 53 anos amanhã.

Um aliado de Ahmadinejad, Kowsari acusou os adversários do governo de utilizarem o cansaço do líder como argumento para espalhar rumores de que o atual presidente não disputará um segundo mandato nas eleições de 2009. “Aqueles que usam algo tão natural para fazer uma guerra psicológica vão fracassar” em obter apoio da opinião pública, avaliou o parlamentar.

“Graças a Deus, eu não tenho uma doença. Exaustão é possível, mas não uma doença”, afirmou Ahmadinejad em Teerã. A entrevista com o presidente foi transmitida pela televisão iraniana na noite de hoje. “Claro, nós somos seres humanos e às vezes pegamos um resfriado”, disse ele, acrescentando que “não havia espaço” para doenças em sua administração.

Nas últimas semanas, partidários de Ahmadinejad discutiram potenciais candidatos para a próxima eleição presidencial no Irã, sinalizando que o atual líder não seria o primeira escolha para concorrer ao cargo.

Os próximos meses serão cruciais para Ahmadinejad reconstruir sua base política e responder às críticas sobre promessas de campanha não cumpridas, incluindo a distribuição da riqueza do petróleo iraniano às províncias mais pobres. Com mais de 10% de desemprego e uma inflação de 30%, o Irã não conseguiu tirar proveito dos preços recordes do petróleo em meados deste ano, que tiveram queda acentuada desde então. As informações são da Associated Press.