O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, pediu hoje aos Estados Unidos para que trabalhem pela paz no Oriente Médio com o apoio de outras nações. Ele também alertou que, atualmente, a região da Faixa de Gaza vive uma “tragédia humanitária”. “Os EUA precisam ser ativos, e outras nações precisam contribuir”, disse Medvedev na capital da Turquia.
A declaração do presidente russo pareceu indicar a vontade de Moscou de se tornar uma mediadora ativa no Oriente Médio. Ontem, durante sua visita a Damasco, capital da Síria, Medvedev disse que as tensões entre árabes e israelenses ameaçam mergulhar a região numa nova catástrofe.
O governo dos EUA tentou relançar recentemente negociações de paz entre Israel e os palestinos, mas os sinais de problemas têm emergido. Na segunda-feira, Israel disse que não pretende suspender as construções em Jerusalém Oriental, setor árabe da cidade santa. Os palestinos acusam Israel de minar a confiança e pediram ao presidente dos EUA, Barack Obama, que interfira no processo.
Medvedev disse que ninguém deve ser excluído das negociações de paz no Oriente Médio, numa clara referência a Khaled Meshal, o líder exilado do grupo Hamas, classificado como organização terrorista pelos EUA e a União Europeia. O presidente russo teve uma reunião com Meshal em Damasco, ontem.
Em Israel, o porta-voz do Ministério do Interior, Yigal Palmor, criticou os comentários de Medvedev e sua reunião com Meshal. “A chancelaria (de Israel) rejeita completamente os pedidos dos presidentes russo e turco para incluir o Hamas no processo político, e expressa desapontamento profundo com o encontro do presidente russo com Meshal em Damasco”, disse Palmor em comunicado.