Rússia envia armas devido a contratos antigos, diz chanceler

O chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, disse hoje que o país continua a enviar armas à Síria devido a contratos antigos, assinados entre as nações no período da antiga União Soviética, que terminou em 1991.

A venda de armamento ao regime de Bashar Assad desperta polêmica pelo uso do arsenal nos combates contra opositores, iniciados em março de 2011. As ações deixaram pelo menos 30 mil mortos, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

Em entrevista ao jornal egípcio “Al Ahram”, Lavrov afirmou que os contratos não ferem as leis internacionais e descartou que Moscou tenha tomado partido de um dos lados do conflito. “A cooperação entre os dois países é para aumentar as defesas sírias contra ameaças políticas externas e não para apoiar Bashar Assad.”

No ano passado, a Rússia vendeu US$ 1 bilhão (R$ 2,02 bilhões) em armas ao regime sírio. O chanceler russo também acusou as potências estrangeiras de armar a oposição, violando as leis internacionais, e citou o temor de que o armamento caia nas mãos da rede terrorista Al Qaeda.

A Rússia, junto com a China, foi responsável por três vetos de resoluções no Conselho de Segurança da ONU contra o regime sírio desde o início dos confrontos no país. Os países ocidentais acusam Moscou de apoiar Assad, o que os russos negam.

No domingo, o enviado especial da ONU, Lakhdar Brahimi, pediu novamente que Moscou apoiasse uma resolução contra a Síria no Conselho de Segurança, após uma reunião no Cairo.

Em resposta, Lavrov disse que a condenação é desnecessária por existir um documento assinado em agosto entre os membros do conselho em Genebra. Mesmo assim, ambos concordaram que a solução ao conflito deva ser política.

Confrontos

Hoje tropas do regime de Assad e os rebeldes voltaram a entrar em confronto em diversas cidades do país.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, o Exército fez bombardeios e disparos de artilharia na capital Damasco e em Aleppo, segunda maior cidade síria.

Os ativistas informaram que moradores de um bairro de Damasco foram a um acampamento palestino para fugir das explosões. Na cidade, os rebeldes também fizeram ataques a patrulhas do Exército.

Ainda nesta segunda, o Conselho Nacional Sírio, maior organização política opositora, decidiu incluir mais ativistas e grupos políticos que estão dentro do país.

Em reunião em Doha, o grupo, que reúne dissidentes estrangeiros, decidiu dar mais representação aos sírios que ainda estão no país a pedido dos Estados Unidos e de outros países do Ocidente.

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