Rússia autoriza operações militares na Síria e abre caminho para ataques aéreos

O Senado da Rússia autorizou nesta quarta-feira a realização de operações militares na Síria, abrindo caminho para possíveis ataques aéreos contra o grupo extremista Estado Islâmico.

A autorização – aprovada por unanimidade pelo Conselho da Federação Russa, a câmara alta do parlamento russo – segue um pedido de assistência militar feito pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, de acordo com um assessor do presidente russo, Vladimir Putin.

Nas últimas semanas, a Rússia acumulou forças militares na Síria, incluindo aviões de combate, movimentos que colocaram Moscou em desacordo com Washington.

Sergei Ivanov, o chefe de equipe do Kremlin, disse que o envolvimento militar da Rússia seria limitado a uma campanha aérea contra o Estado Islâmico.

“Como o nosso presidente já disse, o uso de forças militares em combate terrestre foi descartada”, disse Ivanov. “O objetivo militar dessas operações está exclusivamente limitada ao apoio aéreo para as forças do governo sírio em sua campanha contra o Estado Islâmico”.

Ivanov disse que milhares de cidadãos russos e outros da ex-União Soviética estão lutando ao lado do Estado Islâmico, e que muitos voltaram para casa, apresentando uma ameaça direta.

“O ponto aqui não é em conseguir todos os objetivos de política externa ou ambições satisfatórias”, disse Ivanov. “Nós estamos falando exclusivamente sobre os interesses nacionais da Rússia”, acrescentou.

O chefe do Kremlin Ele não especificou quanto tempo o envolvimento militar levaria ou quando uma campanha de ataques aéreos poderia começar.

Na segunda-feira, antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, Putin pediu a criação de uma frente ampla para confrontar o Estado Islâmico.

Antes do discurso de Putin, o Iraque anunciou ter chegado a um acordo de compartilhamento de inteligência com a Rússia, com o regime sírio e o Irã, solidificando ainda mais uma aliança emergente entre os quatro países.

Dirigindo-se à Assembleia Geral da ONU na segunda-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, ofereceu uma visão diferente sobre a forma de resolver um conflito na Síria, dizendo que o país não podia mais voltar para o governo de Assad antes da guerra civil, após anos de derramamento de sangue.

No ano passado, Washington lançou sua própria coalizão para lutar contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria. No entanto, os principais apoiadores do regime sírio, o Irã e a Rússia, têm criticado esse esforço e mantiveram distância de uma campanha vista como um sucesso limitado. Fonte: Dow Jones Newswires.

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