Revolta em ilhas francesas se estende ao Oceano Índico

Os protestos nos territórios franceses no Caribe se disseminaram nesta quinta-feira (5) para a Ilha Reunião, no Oceano Índico. Aproximadamente 15 mil pessoas fizeram marchas em vários povoados contra o aumento dos preços dos produtos de primeira necessidade. As manifestações são um novo desafio ao governo da França, justamente quando dirigentes sindicais da ilha caribenha de Guadalupe aceitaram suspender uma greve geral de 44 dias. Os protestos na ilha da Martinica também vêm diminuindo.

Nas possessões da França no Pacífico não houve protestos, mas há problemas semelhantes nas Antilhas Francesas: altos preços dos produtos básicos, desemprego, pobreza e salários ruins. Os manifestantes em Reunião entregaram uma lista com 62 exigências que serão negociadas com o governo nos próximos dias. Um dos principais pontos é um aumento de 200 euros no salário mensal para operários de baixa renda, além da redução de 20% nos produtos de primeira necessidade, muitos dos quais importados da França.

Dirigentes sindicais em Reunião convocaram uma greve para terça-feira da semana que vem, caso as exigências não sejam satisfeitas. Na Martinica, uma paralisação de quase um mês parece perder força, ainda que a maior parte das exigências não tenha sido atendida. Um fator importante dos protestos é o descontentamento dos afro-caribenhos, muitos deles descendentes de escravos, porque a maior parte da riqueza e da terra está nas mãos de uma pequena minoria de franceses descendentes de colonos.

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