Relatório do voo 447 culpa pilotos e faz novas recomendações

O relatório final da investigação sobre o acidente com o voo 447 da Air France, que caiu no mar em 2009 matando 228 pessoas, aponta que a tragédia foi causada por uma combinação de problemas com os sensores de velocidades e erros de avaliação dos pilotos.

O BEA (Birô de Investigações e Análises), órgão do governo francês responsável pelas investigações, apresentou o relatório final hoje nos arredores de Paris. O trabalho consolidou as informações já divulgadas em três relatórios parciais e apresentou 25 novas recomendações de segurança.

Para Jean-Paul Troadec, diretor do BEA, o acidente com o voo 447 está relacionado a perda de consciência e controle da situação pelos pilotos, uma categoria que estava se tornando mais rara nos últimos anos.

As novas recomendações de segurança, junto com as outras já emitidas pelo órgão nesta investigação, serão enviadas para instituições de aviação em todo o mundo para que problemas ocorridos no voo não sejam repetidos.

Entre as recomendações, o BEA indica a necessidade de melhorar a formação prática e teórica dos pilotos comerciais e melhorar a integração entre as equipes de pilotagem, para que saibam como agir coordenadamente em situações de emergência.

No acidente, segundo os investigadores, os pilotos adotaram medidas que contribuíram ou não evitaram que a aeronave caísse. Além disso, não havia uma divisão clara das tarefas entre os três pilotos.

O BEA também emitiu recomendações técnicas, como a necessidade de melhorar os simuladores de voo, para reproduzirem mais fielmente as condições reais de pilotagem, e mudanças no funcionamento dos alarmes de estol (perda de sustentação aerodinâmica), para que os avisos sonoros sejam acompanhados de indicações visuais.

O órgão francês recomendou ainda alterações nos procedimentos de busca e salvamento de aeronaves acidentadas, para que haja melhoria principalmente em casos de acidentes no mar –caso do voo 447.

Ao todo, o BEA teve que financiar, junto com Air France e a fabricante Airbus, quatro operações de busca no oceano até encontrar as últimas peças do avião, incluindo as caixas-pretas. As três primeiras não tiveram sucesso.

O birô ainda emitiu recomendações para melhorar o controle aéreo internacional, principalmente a comunicação entre os centros de controle de países diferentes.

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