O presidente do grupo de ministros das Finanças da zona do euro (Eurogrupo), Jean-Claude Juncker, disse hoje que é positivo o relatório dos credores internacionais da Grécia, que recebeu um resgate de 130 bilhões de euros em fevereiro.
O visto positivo dos membros da troika -composta por União Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e FMI (Fundo Monetário Internacional) é o primeiro passo para que o país consiga a segunda parcela da ajuda financeira, de 31 bilhões de euros.
Os credores enviaram o relatório ao grupo de ministros na noite de ontem, após a aprovação do Orçamento grego, com os cortes de 18,1 bilhões de euros exigidos até 2016. Os integrantes dos 17 países da moeda única analisam o texto hoje.
Juncker elogiou a Grécia por ter cumprido suas promessas sobre o resgate, mas disse que Atenas ainda precisa apresentar “alguns esclarecimentos sobre a sustentabilidade da dívida grega e como fará o país para se autofinanciar”.
A sustentabilidade da dívida grega (120% de seu PIB em 2020) é a condição imposta pelo FMI para seguir no programa de resgate grego. Em 2011, o país fechou o ano em 187% do PIB.
Outra dificuldade encontrada é a venda de títulos da dívida pública, que foi suspensa para papéis em longo prazo desde o primeiro resgate, em 2010. O leilão de títulos é a forma mais comum usada por um Estado para se financiar.
No momento da concessão do resgate, os credores pediram às autoridades gregas que fizessem os cortes e as reformas econômicas no país como garantia para a concessão de mais verba. Caso o relatório fosse negativo, o país entraria em moratória no próximo dia 16.
Aprovação
O voto positivo da troika acontece um dia depois de o Parlamento aprovar o Orçamento para 2013, com cortes de 9,5 bilhões de euros.
Os parlamentares que integram a coalizão no poder -formada pelo partido conservador Nova Democracia e Pasok e Dimar, de centro-esquerda- tiveram a proposta aprovada com larga maioria.
No entanto, a sessão foi acompanhada por manifestação de milhares de pessoas do lado de fora da Casa contra as medidas de austeridade, convocada por sindicatos e opositores.