Rebeldes dizem que porta-voz da Chancelaria síria desertou

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Síria Jihad Makdissi deixou o regime de Bashar Assad e o país hoje. A liderança rebelde, que trava uma batalha contra as forças oficiais desde março de 2011 para derrubar o ditador, afirma tratar-se de deserção.

Makdissi tem cerca de 40 anos, pertence à minoria cristã da Síria, que é pró-Assad, e defendeu a repressão aos rebeldes. Ex-diplomata, é fluente em inglês -uma raridade no aparato estatal moldado por uma ideologia xenófoba- e trabalhou, até o ano passado, na Embaixada da Síria em Londres.

Conforme a liderança rebelde, Makdissi deixou a Síria dois dias atrás e voltou para a capital britânica.

O canal árabe Al Arabiya disse que Makdissi foi para Beirute e, de lá, para Londres.

No vizinho Líbano, a TV Al Manar afirmou, com base em fontes do governo, que Makdissi foi afastado pelo regime por ter dado declarações que o contrariaram, porém ele não tem aparecido na mídia.

Hoje, a ONU (Organização das Nações Unidas) e a União Europeia (UE) anunciaram a retirada de seu pessoal do país, por causa de uma piora nas condições de segurança. Além dos funcionários em terra, também será retirado parte do pessoal que está em Aleppo, a segunda maior cidade do país. Cerca de 25% dos cem servidores da ONU devem sair do país ainda nesta semana.
Em outro sinal do agravamento das condições de segurança, autoridades aéreas egípcias recomendaram que um voo da EgyptAir que seguia rumo a Damasco retornasse.

Desde o início do conflito, em março de 2011, pelo menos 40 mil pessoas morreram em todo o país, segundo ativistas. A ONU informou que mais de 400 mil saíram do país e outros 2,5 milhões se deslocaram internamente.

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