Quando fazer compras se torna uma obsessão

Andar pelo shopping não é necessariamente um passeio inocente. Para muitas pessoas, não basta olhar as vitrines. É preciso comprar. Os chamados compradores compulsivos não sossegam enquanto não adquirirem alguma coisa, sem se importarem com o preço. Mas esse tipo de consumidor não utiliza as mercadorias compradas, que acabam sendo guardadas no fundo do armário.

A professora de psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Marisa Schmidt explica que no Brasil não há estatísticas sobre o problema. Também não existem teorias sobre o aparecimento da compulsão de uma maneira geral. “Existe um nível enorme de ansiedade, inquietação e angústia nessas pessoas. Elas precisam comprar para se acalmarem”, comenta. “Os compradores contraem dívidas e muitas vezes perdem o emprego porque não conseguem se controlar”, afirma Marisa. Para ela, o exagero por compras está ligado com a exposição social. Os compulsivos não verificam os preços dos produtos, que normalmente são objetos sem necessidade para eles naquele momento.

A professora destaca que, junto com a ansiedade, a construção de pensamentos destrutivos fazem com que o compulsivo continue agindo. Ele acha que pode acontecer alguma tragédia se a compra não for efetivada. “Esses pensamentos deixam a pessoal mal”, informa Marisa. O impulso para comprar algum objeto, de vez em quando, é normal em todas as pessoas, segundo ela. Mas se isso passar a ser rotina, a doença pode estar instalada. “A compulsão traz sofrimento e um tormento de idéias para as pessoas. Ela leva a um comportamento extremamente perigoso, e os compulsivos acabam se arriscando”, comenta.

Tratamentos

Nos casos de compulsão, há dois tipos de tratamentos: o primeiro é a combinação de acompanhamento psiquiátrico e administração de medicamentos, que vão diminuir a ansiedade e organizar os pensamentos da pessoa. Outra maneira é apenas com visitas a um psicólogo, sem a adoção de remédios. “Eu sempre recomendo a aplicação dos dois tratamentos em conjunto, pois ajuda a pessoa a criar uma percepção mais clara e rápida do problema”, resume a professora.

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