mundo

Presidente Jacob Zuma sobrevive a rebelião no próprio partido na África do Sul

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, conseguiu superar uma rebelião dentro de seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), afirmou o porta-voz dele, Bongani Ngqulunga, nesta terça-feira. Discussões sobre o futuro de Zuma se arrastaram durante três dias, no principal órgão de tomada de decisões do partido.

“Ele é o presidente, sim. Tanto do ANC como do país”, afirmou o porta-voz. O encontro do Comitê Executivo Nacional do partido mostrou-se o maior desafio já enfrentado por Zuma em seus sete anos de presidência sul-africana. A reunião terminou no fim da segunda-feira e declarações no Twitter de participantes, além de relatos da imprensa local, sugeriram que parte dos 86 membros presentes defendia a queda de Zuma.

Vários jornais revelaram que pelo menos três membros do gabinete de governo haviam apoiado a realização de uma moção de censura contra o presidente.

O partido discute também como seguir adiante antes das eleições gerais de 2019. O ANC deve realizar seu principal congresso no fim de 2017, quando seria natural apontar um novo líder partidário, além de um novo candidato à presidência para a disputa nacional de 2019.

Alguns analistas avaliam que deve haver mudanças no gabinete de governo, após o princípio de rebelião contra o líder. Outra opção é que ministros renunciem em massa, disse o Rand Merchant Bank em relatório.

O foco deve estar no ministro das Finanças, Pravin Gordhan, visto como uma das vozes mais críticas do presidente. Não foi informado, porém, que Gordhan estava entre os rebeldes que pressionavam pela saída de Zuma na reunião partidária. Gordhan e Zuma têm dito publicamente que trabalham juntos para melhorar a economia sul-africana.

A agência de rating Standard & Poor’s deve divulgar uma revisão do rating da África do Sul nesta sexta-feira. A nota do país na S&P está apenas um degrau acima do patamar “junk”, com perspectiva negativa. A agência já disse anteriormente que a turbulência política representa riscos para a economia do país.

Zuma, de 74 anos, viajou nesta terça-feira para participar do funeral de Fidel Castro em Cuba. Em março, o principal tribunal do país decidiu que ele violou a Constituição a se recusar a devolver dinheiro do contribuinte usado para reformar sua casa privada. Zuma desde então pagou de volta parte do dinheiro. Um mês depois, outro tribunal afirmou que uma decisão de 2009 de arquivar acusações de corrupção contra Zuma foi “irracional” e deveria ser revisada. O presidente nega qualquer irregularidade.

Neste mês, relatório do principal órgão de combate à corrupção da África do Sul afirmou que havia indicações “preocupantes” de que Zuma permitiu que uma família de ricos empresários nomeasse membros do gabinete e ganhasse generosos contratos estatais. Zuma disse na sexta-feira que irá à Justiça contestar esse relatório. Fonte: Dow Jones Newswires.

Voltar ao topo