Presidente Abbas critica construção de côlonias israelenses

O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, pediu hoje a retomada das negociações com Israel e o fim da colonização de territórios israelenses conquistados na Guerra dos Seis Dias (1967), um dia após a elevação da Palestina ao status de Estado observador não membro da ONU.

“Disse mil vezes que queremos retomar as negociações e estamos dispostos a fazê-lo”, disse, em Nova York. “Não impomos condições, porém existem nada menos do que 15 resoluções da ONU que consideram que a colonização é ilegal e é um obstáculo para a paz. Por que (os israelenses) não suspendem a colonização?”

Hoje, Israel anunciou a construção de 3.000 novos imóveis -um número especialmente alto- nas colônias judaicas instaladas nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, que os palestinos consideram sua capital.

Os palestinos reivindicam o fim das construções como precondição para as negociações de paz justamente por considerarem que elas inviabilizam a chamada solução de dois Estados, ou seja, a convivência, lado a lado, de um Estado judeu com um palestino.

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que espera se reeleger em janeiro que vem, insiste que a retomada do diálogo só acontecerá sem precondições. Israel se opôs à reivindicação palestina na ONU (Organização das Nações Unidas), dizendo que o reconhecimento do Estado palestino só pode decorrer de um acordo de paz, e não de ações unilaterais.

Netanyahu afirmou que, ao apresentar a sua solicitação à ONU, os palestinos “violaram os seus acordos com Israel”. “Israel atuará como consequência.”

“Tanto a decisão da ONU sobre um Estado palestino quando a resposta de Netanyahu são ruins”, disse Tzipi Livni, ex-chanceler de Israel e ex-negociadora da paz com os palestinos. “Essa decisão de construir milhares de casas como punição aos palestinos só pune a Israel.”

Resolução

O reconhecimento dos territórios palestinos como Estado observador não membro da ONU (Organização das Nações Unidas) foi aprovado ontem na Assembleia-Geral da organização por 138 votos a favor, nove contrários e 41 abstenções.

O status de Estado observador, semelhante ao do Vaticano, não garante direito a voto e fica aquém do reconhecimento pleno, que transformaria a Palestina no 194º membro da organização. Desde a entrada na ONU, em 1974, os palestinos eram representados pela OLP (Organização para Libertação da Palestina), que tinha o status de entidade observadora.

Pelo direito internacional, o reconhecimento de Estados não se dá na ONU (Organização das Nações Unidas), mas por outros países. O diálogo de paz entre israelenses e palestinos está paralisado há dois anos.

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