O atual primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, voltou a repudiar a indicação do porta-voz de seu próprio partido, Haider al-Abbadi, como novo premiê do país. Em depoimento em rede nacional de TV na noite desta segunda-feira, Maliki disse que quer “assegurar ao povo do Iraque e aos grupos políticos que não há valor nenhum nessa nomeação”.

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“Meu mandato ainda é válido e nós vamos, com certeza, corrigir esse erro”, prometeu o primeiro-ministro, desafiando o presidente iraquiano, Fuad Masum. Ele ameaçou dar entrada em ações legais contra Masum, acusando o líder de não respeitar uma norma constitucional e nomear al-Abbadi após o prazo final, que acabaria à meia-noite deste domingo. Maliki deu sinais de que poderia usar as forças de segurança para defender seu cargo.

Um confronto entre as forças do governo levaria o Iraque a uma crise constitucional que pode empurrar os iraquianos em direção a uma guerra sectária.

O premiê culpou autoridades norte-americanas pela perda de seu mandato e afirmou que os EUA se aliaram a forças políticas “que violaram a constituição”. Os EUA têm pressionado o Iraque para substituir o governo xiita de Maliki por uma gestão mais inclusiva, em uma tentativa de controlar os insurgentes sunitas que dominaram boa parte do território iraquiano.

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Apesar de ter perdido muito de seu apoio político, Maliki manteve sua posição de que o governo ignorou a norma constitucional. No Iraque, o presidente é obrigado a incumbir o líder do maior partido no Senado para que escolha um novo premiê até certo prazo, que acabou no domingo.

O primeiro-ministro tem insistido há semanas que sua coalizão, a Estado da Lei, representa a maioria do Senado, mas a linguagem confusa da constituição iraquiana transformou a designação em um conflito. (Com informações da Dow Jones Newswires e da Associated Press)

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