Premiê do Paquistão condena atentados em Mumbai

O primeiro-ministro do Paquistão, Yousaf Raza Gilani, condenou os ataques a Mumbai em um telefonema nesta sexta-feira (28) para seu colega indiano, Manmohan Singh. Segundo Gilani, o Paquistão também é uma vítima do terrorismo. O premiê paquistanês também ofereceu apoio no combate conjunto aos extremistas e ao terrorismo, após os ataques iniciados anteontem, que deixaram pelo menos 143 mortos, segundo as últimas cifras oficiais.

O líder paquistanês “condenou fortemente o ataque” em sua conversa com Singh, segundo um funcionário do escritório de Gilani, após o ministro de Relações Exteriores da Índia sugerir que “elementos” no Paquistão eram responsáveis pela violência. “Gilani disse a Singh que o Paquistão também é uma vítima do terrorismo e sofre com essa ameaça como a Índia”, relatou o funcionário.

Ontem, Singh disse em rede de televisão nacional que os responsáveis pela violência estavam sediados “fora do país”. Ele advertiu os “vizinhos” que fornecem abrigo seguro aos militantes contrários à Índia. Singh não nomeou o Paquistão, mas as declarações foram vistas como uma ameaça velada a esse país.

Caxemira – Analistas apontaram hoje que as alegações de que os ataques foram planejados no Paquistão podem atrapalhar os recentes esforços por um acordo de paz, em relação à disputada região da Caxemira. Também poderia impedir qualquer esforço conjunto para combater os extremistas.

“Eu acredito que os dois vizinhos do sul da Ásia terão que cooperar entre si, pois o desafio que enfrentam é muito sério”, notou Hassan Askari Rizvi, um analista e ex-professor visitante da John Hopkins University, em Washington. “Mas o tipo de comunicado que o primeiro-ministro indiano fez na quinta-feira refletiu a pressão que ele enfrenta de grupos domésticos, levantando questões sobre falhas de segurança.”

O general da reserva Hameed Gul, que chefiou a poderosa agência de inteligência Inter Service Intelligence (ISI), disse que as acusações contra o Paquistão podem atrapalhar algum acordo sobre a Caxemira. O Paquistão e o ISI foram acusados no passado de usarem militantes de grupos extremistas islâmicos para atingirem seus objetivos em relação à Caxemira, dividida entre os dois países. Ambos alegam ter direito a toda a área.

O Paquistão, um aliado-chave na campanha liderada pelos Estados Unidos contra o terrorismo, enfrenta a violência militante em seu território, incluindo bombas e atentados suicidas. As forças paquistanesas realizam operações no noroeste do país, em regiões tribais fronteiriças ao Afeganistão. Acredita-se que essas áreas são bastiões da Al-Qaeda e do Taleban. As informações são da Dow Jones.

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