Policial é morto durante eleição presidencial egípcia

Um policial egípcio foi morto a tiros nesta quarta-feira (23) durante uma troca de tiros entre partidários de dois candidatos à presidência, do lado de fora de uma sessão eleitoral no Cairo, informaram fontes da área de segurança. Outra pessoa ficou ferida no mesmo confronto.

Quase um ano e meio após a queda do autocrático presidente Hosni Mubarak, milhões de egípcios enfrentavam horas de filas do lado de fora das sessões eleitorais nesta quarta-feira para participar da primeira eleição livre para a presidência do país, que tem entre seus candidatos figuras do antigo regime, cuja plataforma eleitoral promete estabilidade contra os islamitas em ascensão, que buscam consolidar seu poder.

Os dois dias de eleição devem representar o fim das décadas de regime autoritário no Egito, embora ainda haja temores de que os governantes militares, que tomaram o poder após a queda de Mubarak, tentem manter sua influência.

Os egípcios estavam esperançosos enquanto esperavam pacientemente sua vez para votar, numa corrida eleitoral sem precedentes, da qual 50 milhões de eleitores estão aptos a ir ás urnas.

Durante a maior parte dos 29 anos de governo de Mubarak, assim como de seus antecessores, a eleição foi realizada como referendos nos quais as opções eram “sim” ou “não”. Nas eleições parlamentares, fraudes garantiam a vitória ao partido governante. Mesmo em 2005, quando Mubarak permitiu a participação de adversários, ele não só venceu seu rival liberal, mas também ordenou sua prisão.

“Eu posso morrer no prazo de meses, então, vim por meus filhos, para que possam ter uma vida melhor”, declarou Medhat Ibrahim, de 58 anos, que sofre de câncer, enquanto esperava para votar num bairro pobre ao sul do Cairo. “Nós queremos uma vida melhor, como seres humanos.”

Treze candidatos disputam a eleição, sendo que os quatro favoritos são ou ex-integrantes do governo de Mubarak ou tradicionais oponentes do ex-presidente. Não há expectativa de que um candidato conquiste a vitória neste fase, o que torna bastante provável a realização de um segundo turno, marcado para os dias 16 e 17 de junho. O vencedor será anunciado em 21 de junho.

O principal candidato islamita é Mohammed Morsi, da Irmandade, e Abdel-Moneim Abolfotoh, um islamita moderado cuja plataforma inclusiva conquistou o apoio de alguns liberais, de esquerdistas e da minoria cristã.

Os dois favoritos seculares são o ex-primeiro-ministro Ahmed Shafiq e o ex-ministro de Relações Exteriores Amr Moussa, ambos veteranos do regime de Mubarak. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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