Polícia liberta reféns em dois de três hotéis de Mumbai

Os ataques de quarta-feira (26) coordenados por terroristas armados com fuzis e granadas deixaram pelo menos 101 mortos em Mumbai (ex-Bombaim), capital financeira da Índia. Foram pelo menos sete atentados contra hotéis, restaurante, hospitais e um terminal ferroviário, que deixaram quase 300 feridos. Os terroristas fizeram estrangeiros reféns nos luxuosos hotéis Taj Mahal e Oberoi. Após um cerco da polícia, os reféns foram libertados nesses dois hotéis. Porém, ainda há reféns no Hotel Trident, no centro da cidade.

Cerca de 200 pessoas ainda são reféns no Trident, segundo um alto funcionário da empresa responsável pelo estabelecimento. “Nós acreditamos que haja ainda 200 pessoas presas no hotel Trident”, afirmou Mukherji, vice-diretor do Grupo Oberoi de hotéis, que controla o Trident. O local foi cercado ontem à noite por agressores que segundo testemunhas tinham como alvos estrangeiros. Mukherji disse que havia 380 hóspedes no hotel, no momento da invasão.

Segundo as autoridades indianas, há também agressores com reféns em um edifício chamado Nariman House, no distrito de Colaba, no sul de Mumbai, capital do Estado de Maharashtra. O prédio é a sede do Chabad Lubavitch, um movimento ultraortodoxo judaico. Um rabino, Gavriel Holtzberg, estaria entre os reféns. Os agressores também atacaram um quartel policial e o restaurante Leopold, bastante popular entre os estrangeiros.

Segundo testemunhas, os principais alvos dos ataques eram britânicos e norte-americanos. Os agressores “estavam buscando estrangeiros. Eles gritavam: ‘Quem tem passaporte norte-americano ou britânico?'”, relatou Ashok Patel, um britânico que fugiu do hotel.

De acordo com a polícia local, pelo menos seis milicianos foram mortos desde o início dos ataques. As autoridades afirmaram que a polícia matou quatro suspeitos que tentavam escapar em automóveis e outros dois no Taj Mahal. O ministro do Interior do Estado. R. R. Patil, afirmou que outras nove pessoas foram presas, mas não quis dar detalhes. Hoje, algumas partes da cidade seguiam sob estado de sítio. O governo estadual ordenou que as escolas não funcionem.

Segundo a agência Press Trust of India o grupo Deccan Mujaheddin, pouco conhecido, assumiu a responsabilidade pelos ataques, em e-mails enviados a vários meios de comunicação. O motivo dos ataques não estava ainda claro. Mumbai é palco freqüente de ataques terroristas atribuídos a extremistas islâmicos, incluindo uma série de explosões que matou 187 pessoas, em julho de 2007.

Estrangeiros

Funcionários do Hospital Bombaim, falando sob condição de anonimato, disseram que um japonês foi morto e nove europeus foram internados, três em estado grave, com ferimentos de bala. Pelo menos três policiais – entre eles o chefe do esquadrão antiterrorismo – estariam entre os mortos.

O Ministério das Relações Exteriores da Itália afirmou hoje que um cidadão italiano foi morto nos ataques. A vítima foi identificada como Antonio de Lorenzo. Uma delegação do Parlamento Europeu foi surpreendida pelos ataques em Mumbai.

Em Washington, a Casa Branca e o Departamento de Estado condenaram energicamente os ataques em Mumbai, e disseram que não havia norte-americanos entre os mortos. O presidente eleito Barack Obama prometeu trabalhar ao lado da Índia, para “destruir as redes terroristas”. Na Grã-Bretanha, o primeiro-ministro, Gordon Brown, disse que o ataque foi “ultrajante” e terá uma “resposta vigorosa.” As informações são da Associated Press e da Dow Jones.