Planejamento de campanha favoreceu Barack Obama

O cuidadoso planejamento foi o segredo da campanha do senador Barack Obama, que praticamente já assegurou a nomeação do partido democrata como candidato para a eleição presidencial dos Estados Unidos independentemente das últimas três primárias – amanhã, em Porto Rico, e terça-feira, em Montana e Dakota do Sul. Ao contrário da rival Hillary Clinton, que apostou suas fichas em uma vitória folgada nas primárias iniciais, em janeiro e fevereiro, Obama planejou sua campanha para o longo prazo. Sua equipe pesquisou distritos eleitorais cujas primárias aconteceriam de março em diante e descobriu neles oportunidade para ganhar delegados, mesmo em Estados em que o senador acabaria perdendo.

A campanha de Obama dominou algumas das regras mais obscuras da política e fez uso delas para frustrar a favorita Hillary Clinton – que parecia dispor de todas as vantagens: dinheiro, fama e um marido que comandou o partido durante os seus oito anos como presidente. "A campanha de Obama compreendeu as sutilezas do processo de indicação e teve uma interpretação estratégica que a campanha de Hillary não foi capaz de fazer", disse Tad Devine, estrategista democrata que ainda não declarou apoio nessas eleições. Obama usou o sistema democrata de alocação de delegados para minimizar suas perdas em Estados vencidos por Hillary, ao mesmo tempo em que soube maximizar seus ganhos nos Estados que venceu.

Enquanto isso, Hillary preferiu desistir da disputa em Estados que favoreciam Obama, incluindo muitos que realizaram caucuses em vez de primárias. Um exemplo dessa estratégia foi a vitória de Obama no Kansas, que anulou o número de delegados obtidos por Hillary em sua vitória em Nova Jersey. Ambas as disputas ocorreram em 5 de fevereiro, na Superterça. Apesar de Nova Jersey ter um número três vezes maior de delegados, Obama pulverizou a vantagem dela com uma esmagadora vitória no Kansas. Esse esforço de pesquisa foi comandado por Jeffrey Berman, o tímido diretor nacional de operações junto aos delegados de Obama. Berman passou a maior parte de 2007 analisando oportunidades para Obama, que venceu a maioria das 23 disputas da Superterça e acumulou nas semanas seguintes 12 vitórias seguidas, construindo uma vantagem insuperável entre os delegados eleitos.

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