Pela primeira vez, Nova York passa 24 h sem nenhum crime violento

A detetive Liv Benson, a heroína do seriado “Law & Order”, pousou o seu distintivo sobre a mesa e foi calmamente comer uma rosquinha. Tédio. Nenhum crime violento foi registrado em 24 horas em Nova York. Poderia ser um episódio atípico da série policial mais longeva da TV americana, mas a notícia é real.

Nova York viveu na segunda o primeiro dia sem crimes violentos desde que se tem registros ou memória. Nenhum assassinato, tiroteio, facada ou incidente grave foi registrado, segundo informou a polícia da cidade.

O porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York, Paul Browne, disse que nunca antes na história da cidade, a maior metrópole americana, com 8 milhões de pessoas, os policiais tiveram um dia tão tranquilo quanto segunda. Apesar de um recente aumento em homicídios no mês de julho, a taxa de assassinatos da cidade deve chegar ao menor nível desde os anos 1960, informou Browne.

Delitos em geral registraram alta de 3% em comparação ao mesmo período do ano passado -com destaque para a alta expressiva de 9% em roubos de smartphones.
Os homicídios, no entanto, caíram 23% (366 assassinatos aconteceram neste ano até agora contra 472 nos mesmos meses de 2011).

Chicago, com 2,7 milhões de habitantes, registrou 462 homicídios neste ano, com alta atribuída a violência entre gangues rivais.

Os números exibidos em Nova York eram absolutamente impensáveis apenas 20 anos atrás, quando a cidade registrava seis assassinatos em média por dia. “Alguns pensavam que nunca chegaríamos a [índices] abaixo de 600 homicídios por ano e, em 2022, foi a primeira vez. Depois menos de 500 e agora estamos trabalhando para ficar em menos de 400”, disse Browne.

Especialistas apontam alguns fatores para a queda da violência em Nova York: a política da tolerância zero, que pune com severidade menores delitos, e a utilização de um sistema de análise de dados da criminalidade implantado desde 1993. O envelhecimento da população também é apontado como fator influente.

O especialista Tom Repetto defende até a controversa tática da polícia de fazer mais revistas em transeuntes. Os críticos dizem que o aumento dramático das buscas não levou a um acréscimo similar na apreensão de armas, mas o Departamento da Polícia de Nova York diz que a estratégia faz os criminosos pensarem duas vezes antes de sair às ruas armados.

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