Passeata pela educação no Chile acaba em violência

Cerca de 100 mil estudantes participaram de uma manifestação enorme no centro de Santiago nesta quarta-feira, contra a política educacional do governo do presidente Sebastián Piñera. Ocorreram vários choques com a polícia e segundo o jornal El Mercúrio pelo menos 40 pessoas foram detidas e 5 policiais ficaram feridos. Grupos de homens com máscaras atacaram policiais e foram repelidos com o disparo de bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água.

Após os confrontos, os estudantes desapareceram e grupos de encapuzados tomaram conta de pontos do centro de Santiago, onde montaram barricadas. Eles atacaram um posto de gasolina e espalharam combustível pelo chão, mas a polícia conseguiu expulsá-los do local.

Várias pessoas ficaram feridas em meio ao caos por pedras lançadas à distância. A manifestação foi pacífica, com os 100 mil jovens, até aparecerem os arruaceiros. Camilo Ballesteros, um dos líderes da Confederação dos Estudantes do Chile (Confech), criticou a violência e disse que ela prejudica o movimento estudantil.

A passeata foi autorizada pela governadora regional de Santiago, Cecilia Pérez,, que na terça-feira acionou judicialmente vândalos que queimaram um ônibus. Ela invocou a Lei de Segurança do Estado, que estabelece penas de até 10 anos de prisão para os que provoquem danos aos serviços públicos.

O subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, disse que na noite de ontem ocorreram ações de vandalismo nos bairros periféricos da capital. Pessoas com rostos escondidos por máscaras tentaram queimar um caixa automático e um posto de gasolina.

Os estudantes secundaristas e universitários chilenos estão quase completando seis meses de greve e protestos. O diálogo com o governo entrou num impasse. Os estudantes pedem uma educação universal e gratuita para todos.

As informações são da Associated Press.