Os conservadores, liderados pelo presidente Nicolas Sarkozy, buscaram nesta segunda-feira (10) acordos com adversários para diminuir o impacto das perdas no próximo final de semana, quando ocorrerá o segundo turno das eleições municipais. O primeiro, realizado ontem, emitiu um sinal de alerta para o presidente. Um pequeno partido de centro, o Modem, poderia ser um fator decisivo para determinar se o governo de direita pode mudar o rumo das eleições no dia 16 de março, após os eleitores favorecerem os rivais socialistas no primeiro turno das votações.
O status de Sarkozy na França sofreu alguns reveses nas semanas e meses recentes. A popularidade em queda do presidente refletiu no desempenho dos candidatos de seu partido, União por um Movimento Popular (UMP). Ainda que as eleições estejam centradas em temas locais, uma série de derrotas importantes para o partido poderia colocar um desafio para os planos de Sarkozy de reformar uma França caminhando para a estagnação.
O ex-primeiro-ministro conservador Jean-Pierre Raffarin pediu hoje que os centristas juntem forças com Sarkozy e não se transformem em uma "barreira hostil para a reforma, uma barreira de imobilidade que colocará freios nas mudanças necessárias da França". O chefe do partido presidencial, Patrick Devedjian, pediu negociações "cidade por cidade" com o partido de centro Modem. Contudo, o Modem poderia também fazer acordos com a esquerda oposicionista, que obteve uma estreita, mas clara liderança no primeiro turno.
Com mais de 96% das urnas apuradas, os candidatos do UMP de Sarkozy e seus aliados tinham 44,5% da votação nacional. Já os socialistas e seus aliados tinham 49%, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério do Interior. Os eleitores estão escolhendo prefeitos e outros líderes locais em mais de 36 mil cidades médias e metrópoles por todo o país. "Houve uma vantagem para a esquerda e um aviso para a direita e Nicolas Sarkozy", disse o presidente do Partido Socialista, François Hollande, ao opinar sobre os resultados.


