Parentes de vítimas do vôo 1907 sofrem derrota nos EUA

Parentes de vítimas do acidente com o vôo 1907 da Gol, ocorrido em 2006, tiveram negados pela Suprema Corte norte-americana pedidos em conjunto de julgamento dos virtuais responsáveis pelo acidente nos Estados Unidos. Em sentença proferida na quarta-feira (2), o juiz Brian M. Cogan considerou que a Justiça norte-americana não é fórum conveniente para as ações de indenização. Os familiares moviam ações nos EUA contra os fabricantes de peças do avião e contra a Legacy, proprietária do jato que se chocou com o Boeing 737 da Gol. Ainda cabe recurso à decisão.

O vôo 1907 da Gol partiu de Manaus com destino ao Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 2006. Aproximadamente duas horas depois a aeronave se chocou com o Legacy no ar. Os aviões seguiam em rotas paralelas. No acidente morreram 154 pessoas, sendo 48 moradoras no Amazonas. De acordo como presidente Associação da Região Norte dos Parentes e Vítimas de Acidentes Aéreos, Camilo Moisés Barros, o próximo passo será, ao mesmo tempo em que os advogados entram com apelação à Justiça dos EUA, ingressem com ações no Brasil.

"Foram dezenas de pessoas que preferiram primeiro acionar a Justiça norte-americana por acreditar que os resultados seriam mais rápidos", afirmou Barros. Além disso, as ações norte-americanas costumam entrar com valores mais altos que as brasileiras. De acordo com Barros, a decisão da Corte dos EUA chegou à conclusão de que o acidente ocorreu por fatores ligados à questão do controle aéreo feito no Brasil pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta) e não por falha no equipamento anticolisão do Boeing.

Na sentença, o juiz informa também que os dois pilotos do Legacy assinaram acordo com a Justiça dos EUA, aceitando qualquer decisão da Justiça brasileira. Os advogados consideram que a maior dificuldade de entrar com os processos – e que também podem ter pesado na decisão da Corte norte-americana – o fato de o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda não ter liberado sequer o laudo preliminar do acidente.

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