Paraguaios vão às urnas para eleger novo presidente

Desde as 7h deste domingo (20), horário do Paraguai (6h no Brasil), mais de 14 mil mesas receptoras de votos estão abertas para que os 2,8 milhões de eleitores paraguaios registrados possam escolher o novo presidente do país, a partir do dia 15 de agosto de 2008. O período de votação vai até s 16h, e todos os maiores de 18 anos residentes no país estão habilitados a votar.

Três candidatos aparecem como os mais bem colocados nas pesquisas de opinião, que só puderam ser divulgadas até há duas semanas atrás. Fernando Lugo, ex-bispo e candidato da Aliança Patriótica para a Mudança (APC, na sigla em espanhol) segue em primeiro, cerca de seis pontos percentuais frente de Blanca Ovelar, da Associação Nacional Republicana, Partido Colorado. Em terceiro está o ex-general Lino Oviedo, pela União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace).

Desde a 0h de sexta-feira (18), os candidatos já não podem mais realizar nenhum ato de campanha. E desde as 19h de ontem (19), não é permitida a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas.

Apesar de 60% dos eleitores serem filiado ao Partido Colorado, que está no poder há mais de 60 anos, desde 1947, nem todos os colorados pretendem ser fiéis ao partido. O taxista Alejandro Rodas afirma que, apesar de ser filiado, pretende votar em Fernando Lugo, que tem o apoio do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA).

"O povo não necessita de uma cor, precisa de melhorias", afirma. No entanto, ele não acredita que Lugo vá ganhar as eleições, e sim Blanca, já que ela é apoiada pelo presidente Nicanor Duarte, que tem acesso máquina do governo. Ainda assim, ele acha importante a presença do ex-bispo no pleito. "Pelo menos mostra ao Partido Colorado que tem rivalidade", diz.

Entre os temas debatidos na campanha está a renegociação do valor pago pelo Brasil referente cessão da energia que o Paraguai tem em Itaipu, mas não consome. Fernando Lugo defende que o preço deve ser o justo, o que significa que não pode ser de custo, mas de mercado. Lino Oviedo diz que o tratado está bom e que Lugo explora o tema somente para ganhar votos. Já Ovelar defende que técnicos estudem a questão para checar se realmente há que se reajustar o valor pago pelo Brasil.

Além de presidente, hoje também serão eleitos os governadores dos departamentos (estados), senadores, deputados estaduais e federais e os representantes paraguaios no Parlamento do Mercosul (Parlasul). No caso de presidentes e governadores, não há segundo turno e ganha quem tiver maioria simples de votos. No caso dos parlamentares, o voto é em listas, com candidatos em uma ordem pré-definida. Os eleitos são definidos de acordo com o número de votos recebidos pela lista e com a ordem dos candidatos na lista.

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