Paquistão critica ataque de míssil supostamente de EUA

O Paquistão condenou o ataque com míssil supostamente lançado pelos Estados Unidos ontem que matou 13 pessoas perto da fronteira com o Afeganistão e indicou que o novo general norte-americano para a região está pressionando com ataques a alvos Talebans e da Al-Qaeda em território paquistanês.

O aumento nos ataques na região desde agosto vem irritando autoridades paquistanesas, que afirmam que as investidas estão violando a soberania do país e enfraquecendo a própria guerra antiterror na região fronteiriça.”A relutância do governo dos EUA em considerar as repercussões de tais operações está prejudicando todo o propósito dos esforços globais de combater o terrorismo”, disse o ministro de Informação do Paquistão, Sherry Rehman. O ministro disse em comunicado ontem à noite que o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, instou Washington a interromper os ataques. Não se sabe se Zardari levantou a questão durante uma conversa por telefone à noite com o presidente eleito dos EUA Barack Obama.

O ataque aéreo de ontem aconteceu na vila Kam Sam, na região do Waziristão do Norte, um bastião dos militantes do Taleban e da Al-Qaeda, acusados por ataques contra as tropas estrangeiras no Afeganistão e pela crescente violência no território paquistanês. Um oficial do setor de inteligência do Paquistão afirmou que um agente que visitou a vila informou sobre 13 supostos militantes mortos. O funcionário disse que a casa atingida pertencia a um comandante local do Taleban e as autoridades ainda investigavam quem foi de fato morto. Um representante do governo na região também confirmou o número de 13 mortos. Os funcionários falaram sob condição de anonimato. O ataque de ontem foi o primeiro desde que o general David Petraeus assumiu o Comando Central dos EUA, em 31 de outubro, recebendo o controle sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão.

Houve pelo menos 18 ataques com mísseis semelhantes no Paquistão desde agosto. Várias fontes acreditam que a área seja o esconderijo de Osama bin Laden e do número 2 da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri.