Papa reza pelas vítimas da grande fome na Ucrânia

O papa Bento XVI rezou neste domingo (23) pelas milhões de pessoas que morreram de fome na Ucrânia e em outras regiões da extinta União Soviética durante a ditadura de Josef Stalin. Bento XVI pediu que a ideologia não acabe com a liberdade e a dignidade das pessoas. “Enquanto espero que nenhum regime político, em nome de uma ideologia, negue os direitos, a dignidade e a liberdade de um ser humano, rezo por todas as vítimas inocentes dessa imensa tragédia”, disse o papa, nas janelas do seu apartamento, para a multidão na Praça de São Pedro.

O pontífice falou em ucraniano aos peregrinos do país do leste europeu que foram a Roma. O papa lembrou que novembro marca o aniversário do “holodomor”, como ficou conhecida a tragédia da grande fome na Ucrânia. Estima-se que pelo menos 2,5 milhões de pessoas fmorreram de fome em um plano orquestrado pelas autoridades soviéticas para forçar os camponeses a viverem em fazendas coletivas.

No outono de 1932, as autoridades confiscaram os grãos, o gado e outros alimentos dos povoados em grande parte da União Soviética, porque os camponeses não haviam cumprido a cota que o governo havia exigido. A União Soviética exportou os grãos para construir fábricas. Os moradores foram proibidos de sair de casa e milhões morreram de fome.

Atualmente, parlamentares ucranianos qualificam a grande fome de 1932-1933 como um genocídio contra o povo. O Kremlin rechaça a acusação, ao alegar que outros grupos étnicos também sofreram com a grande fome, inclusive russos.

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