Palestinos entram em confronto com forças de Israel

Dezenas de palestinos entraram em confronto hoje com forças da polícia de Israel. Os dois lados passam por um momento de crescente tensão, em meio ao impasse entre Israel e os Estados Unidos sobre a decisão israelense de realizar novas construções em Jerusalém Oriental. Manifestantes palestinos lançaram pedras e bloquearam rodovias em vários pontos de Jerusalém Oriental. A polícia israelense reforçou o controle na cidade nos últimos dias, em meio à crescente tensão.

Hoje, policiais responderam a alguns manifestantes com granadas de advertência. Israel também impediu a entrada de alguns ônibus vindos para Jerusalém com palestinos com cidadania israelense, que planejavam se unir aos protestos.

Na semana passada, o governo israelense anunciou, durante a visita ao país do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, que pretende construir 1.600 novas casas em Jerusalém Oriental. O governo norte-americano encarou o anúncio como um desafio aos esforços de Barack Obama para mediar conversações indiretas entre o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e os palestinos.

Após o anúncio das novas construções, os palestinos anunciaram que não pretendem retomar o diálogo. Os confrontos, hoje – ainda que por enquanto estejam limitados -, ameaçam levar o impasse para as ruas.

Intifada

O governo de Netanyahu é “perigoso e irresponsável e está levando a região para uma terceira Intifada”, afirmou um assessor de Talab el-Sana, um membro árabe do Parlamento israelense. Ele se referiu aos dois levantes palestinos (Intifadas) já ocorridos anteriormente.

O Hamas, grupo militante palestino que controla a Faixa de Gaza, convocou hoje um “dia de fúria”, segundo a Reuters. O Hamas afirma que as recentes reformas de uma sinagoga judaica na Cidade Velha de Jerusalém era parte de um plano para destruir a mesquita de Al-Aqsa, um dos lugares mais sagrados para os muçulmanos, que fica no mesmo complexo do Templo do Monte, reverenciado pelos judeus.

Funcionários israelenses negaram a acusação. Netanyahu afirmou que a decisão sobre novas obras em Jerusalém Oriental era condizente com atividades de governos anteriores e que isso não influía em nada no diálogo com os palestinos.

A polícia de Israel enviou três mil homens para Jerusalém Oriental a fim de evitar distúrbios. Os confrontos foram registrados nos bairros árabes de Wadi Joz e Isawiya, segundo um porta-voz da polícia. Sites israelenses afirmaram que pessoas protestavam jogando pedras na Cidade Velha e também no campo de refugiados Shuafat. As informações são da Dow Jones.