Oposição síria comemora reconhecimento, mas pede armas ao Ocidente

A Coalizão Nacional Síria, que se opõe ao regime de Bashar Assad, comemorou hoje o respaldo como representantes da população síria pelos Estados Unidos e os países do grupo Amigos da Síria, mas pediu apoio financeiro para comprar armas.

Após o encontro do grupo de países que apoiam a oposição síria em Marrakech, no Marrocos, o porta-voz do grupo, Walid al Bunni, pediu que entregue “ajuda concreta” para os rebeldes derrotarem as tropas do ditador sírio. “O reconhecimento é bom, mas nós precisamos de suporte real”, disse.

O membro da oposição Saleem Abdul Aziz al Meslet foi mais direto, em entrevista à agência de notícias Associated Press. “Nós não precisamos só de pão para nosso povo. Necessitamos também apoio para nosso Exército sírio para acelerar as coisas e dar cabo deste regime”.

Ainda no encontro, o líder da oposição, Mouaz Aikhatib, pediu que os alauitas participem de uma campanha de desobediência civil contra Assad, que pertence à vertente religiosa. Ele também exigiu ao Irã que retire supostos combatentes que estão no país lutando a favor do ditador sírio.

Desconfiança

Desde que a coalizão foi formada, após uma reunião no Qatar em novembro, os opositores pedem que as potências ocidentais contribuam financeiramente para a compra de armas para os rebeldes.

No entanto, os países europeus e os Estados Unidos se resistem a apoiar por não saber a composição das forças da oposição e pelas suspeitas de envolvimento de grupos radicais, como a Al Qaeda e o Hizbollah.

Devido à suspeita, Washington incluiu a frente opositora Jabhat al Nusra na lista negra de terrorismo do governo americano. O grupo se diz inspirado na Al Qaeda e cometeu diversos atentados, além de ataques indiscriminados a minorias étnicas.

A desconfiança também é vista pelo Reino Unido e a França, dois membros permanentes do Conselho de Segurança que também apoiam a oposição.

O representante especial do Reino Unido, John Wilks, disse hoje que não pretende fazer doações militares enquanto as instituições de oposição não provarem como podem usar de forma efetiva o dinheiro. O país já entregou US$ 80 milhões de ajuda humanitária e US$ 7 milhões em equipamentos.

O chanceler francês, Laurent Fabius, afirmou que Paris não está preparada para suprir os rebeldes com armas, devido às suspeitas de envolvimento da Jabhat al Nusra na organização dos ataques ao regime de Assad.

“Não há forma de colocar combatentes radicais neste mecanismo e isto será discutido mais ainda após a inclusão da organização na lista de terroristas”.

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