Oposição líbia forma conselho militar em Benghazi

A oposição líbia disse hoje que formou um conselho militar na cidade de Benghazi, leste do país, o que pode ser interpretado como um passo na formação de uma força nacional contra o líder Muamar Kadafi. O conselho, que inclui funcionários que se juntaram aos protestos contra o governo de Kadafi, vai se reunir com grupos semelhantes de outras cidades tomadas do leste do país, mas ainda não está claro se há planos para um comando regional. Kadafi continua desafiador, apesar de ter perdido o controle de quase toda a área leste da Líbia e parte do oeste.

“Um conselho militar foi formado na noite passada”, disse Salwa Bughaighi, integrante de uma coalizão de organizadores que nesta semana estabeleceu um conselho civil para cuidar dos assuntos de Benghazi. A filiação ao comitê militar não foi concluída, mas segundo Bughaigi, o ex-ministro do Interior general Abdel Fatah Yunis, que se juntou aos manifestantes em Benghazi, não integra ao grupo. Yunis conquistou o respeito dos manifestantes após ter desertado durante os confrontos em Benghazi que deixaram pelo menos 250 mortos.

O conselho vai se reunir com organizações similares em outras três cidades do leste do país, afirmou Bughaighi. O advogado Fathi Terbeel, que é integrante da coalizão, disse que ainda há disputas sobre o quadro de associados do conselho e que ainda não se sabe quando um comando regional será estabelecido. “Ainda há reservas sobre os nomes. As pessoas preferem funcionários que se juntaram à revolução desde o início e não hesitaram”, disse ele. Durante a noite, milicianos pró-Kadafi tentaram retomar Zawiya com tanques, mas os rebeldes os expulsaram, informaram moradores locais à agência France Presse pelo telefone.

Na última semana, alguns funcionários falaram sobre planos para organizar apoio militar contra Trípoli, onde Kadafi está protegido por milícias relativamente bem armadas. Mas o brigadeiro-general Ahmed Qatrani, responsável por organizar as forças rebeldes em Benghazi, disse que ainda não há planos de marchar pela capital. “Trípoli está sendo mantida como refém. Estamos em contato com eles, mas eles nos pediram para esperar. Eles disseram que são capazes” de se libertar, afirmou Qatrani aos repórteres.

Qatrani disse também que o Exército em Benghazi estava oferecendo aconselhamento a opositores do oeste do país. Bughaighi afirmou que Qatrani ainda não foi indicado para o novo conselho militar. Oficiais disseram que o Exército foi consideravelmente enfraquecido durante o governo de Kadafi para impedir potenciais golpes. O líder líbio fortaleceu suas milícias, cujos quartéis em Benghazi foram tomados por manifestantes no dia 20 de fevereiro.

Alguns soldados e civis se ofereceram para ir a Trípoli por rotas desertas depois de receberem treinamento nas proximidades de Benghazi. “Eles estão levando sua experiência para Trípoli”, disse Qatrani. Mas organizadores afirmaram que a comunicação com os voluntários, dentre os quais há médicos e civis desarmados, tem sido esporádica e foram recebidos relatos conflitantes sobre sua localização. As informações são da Dow Jones.

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