A Organização das Nações Unidas quer desenvolver uma estratégia mundial de guerra aos narcóticos, voltada à “eliminação ou redução significativa” da produção e consumo de drogas a partir de 2008. A estratégia foi discutida por representantes de governos de 124 países, durante a 46a reunião da Comissão da ONU sobre Entorpecentes.
Em uma declaração conjunta aprovada por unanimidade ao final da reunião, os participantes reiteraram os compromissos assumidos nos acordos aprovados pela Assembléia Geral da ONU de 1998, em Nova York.
Sem mencionar especificamente nenhum país, o documento manifestou “forte preocupação em relação a políticas e atividades em favor da legalização de narcóticos e substâncias psicotrópicas que não estão em consonância com os tratados internacionais sobre o controle de drogas em nível internacional”.
Essa posição foi criticada por algumas organizações não governamentais que realizaram um congresso paralelo no Austria Center Viena, perto da sede das Nações Unidas. Segundo elas, o problema não poderá ser enfrentado de forma eficaz “se o único objetivo for criar um mundo sem drogas”.
Entre as medidas preconizadas pelas entidades, se inclui o fornecimento de informações aos usuários sobre a qualidade dos narcóticos e a legalização de algumas drogas leves, como a maconha.
“Esta pode ser a ocasião para que o usuário troque de caminho”, ressaltou Franco Corleone, presidente da organização “Forum droghe”, advertindo que “os resultados desta cúpula da ONU sobre entorpecentes não ficarão na história, pois não há idéias novas, apenas mera retórica”.