ONU: economia deve ser pensada “a partir do social”

O subsecretário geral do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, José Antonio Ocampo, destacou que a política econômica deve ser pensada “a partir do social”.

O funcionário, que participou do seminário “Democracia, Economia e Cidadania”, realizado na capital chilena, afirmou que “o progresso social, de forma ampla, vai vir em resultado da entrada dos objetivos sociais na política econômica”.

Numa entrevista à ANSA, Ocampo declarou que “para essa finalidade, não se trata de adicionar mais política social, que também pode ajudar, mas da adoção de políticas econômicas pensadas a partir do social”.

O subsecretário explicou que esta é a essência da nova etapa do debate, levando em conta que “a lógica de pensamento econômico se tornou cada vez mais autocentrada nos próprios resultados econômicos, desconsiderando os efeitos sociais das decisões econômicas”.

Ocampo, que foi secretário-executivo da Cepal, admitiu que nos últimos anos houve muito mais diversidade no debate que antes, “mas esta ainda não tem uma expressão plena”. Parte do problema se deve ao fato de que a diversidade não entrou com a mesma força nos organismos internacionais.

“Para mim, são questões essenciais que as visões alternativas entrem com força nos organismos internacionais e que estes estejam dispostos a apoiar as orientações políticas nacionais, quaisquer que elas sejam, sempre que tiverem elementos de consistência”, observou.

Ocampo defendeu ainda “um amplo debate que tenha em conta as distintas visões do desenvolvimento, porque a desigualdade é o aspecto mais crítico do desenvolvimento na América Latina e tem a ver com a economia, embora não possa ser atribuída exclusivamente ao atual modelo”.

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