ONU diz que 2014 foi o ano mais quente

Com os dados de temperatura indicando que 2014 foi o ano mais quente já registrado, a agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou as acusações de que o aquecimento global foi interrompido. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) disse que a temperatura média global em de janeiro a outubro ficou 0,57 graus Celsius acima da média, o mesmo que no recorde de 2010.

A temperatura dos oceanos estabeleceu um novo recorde no período de nove meses, enquanto as temperaturas em terra foram a quarta ou quinta mais altas desde que os registros começaram no século XIX, disse a OMM em relatório divulgado na conferência climática da ONU em Lima.

“A informação provisória para 2014 significa que 14 dos 15 anos mais quentes no registro ocorreram todos no século 21”, afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, no comunicado. “Não há paralisação no aquecimento mundial.”

Partes do planeta estiveram mais frias do que a média, incluindo grandes áreas nos EUA, Canadá e Rússia, mas a maior parte do mundo experimentou temperaturas acima da média, com ondas de calor na África do Sul, Austrália e Argentina em janeiro e em grande parte da América do Sul em outubro, de acordo para a avaliação OMM, baseada em dois conjuntos de dados globais dos EUA e um da Europa.

As temperaturas do oceano foram particularmente altas no hemisfério norte de junho

a outubro. “Cerca de 93% da energia excedente aprisionada na atmosfera por gases de efeito estufa provenientes de combustíveis fósseis e outras atividades humanas acaba no

oceanos. Portanto, o conteúdo de calor dos oceanos é fundamental para compreender o sistema climático”, afirmou a OMM.

Apesar de cientistas terem 95% de certeza que o aumento da temperatura desde o meio do século XX é principalmente resultado da ação humana, eles não podem dizer com a mesma confiança como o aquecimento afeta diferentes partes do sistema climático, incluindo a frequência de tempestades tropicais ou furacões. Até 13 de novembro houve 72 tempestades tropicais, bem abaixo da média de 89, neste ano.

O gelo do mar Ártico encolheu para o sexto nível mais baixo registrado em setembro, enquanto o gelo do mar da Antártida cresceu a uma extensão recorde pelo terceiro ano consecutivo.

A concentração na atmosfera de dióxido de carbono, principal gás do efeito estufa, subiu para um novo recorde de 396 partes por milhão no ano passado, 142% acima do nível anterior à revolução industrial.

Em Lima, os delegados de mais de 190 países estão tentando estabelecer as bases para um pacto de emissões globais previsto para ser adotado no próximo ano. As divisões entre os países ricos e pobres têm retardado as negociações, mas as um acordo entre os EUA e a China no último mês trouxe esperança para as negociações. Fonte: Associated Press.

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